Votorantim congela aquisições à espera de clareza em pandemia
A Votorantim vai adiar os planos de diversificar o portfólio, concentrado em commodities, com ativos de energia e infraestrutura menos cíclicos.
O conglomerado, que controla a mineradora Nexa Resources e a Citrosuco, decidiu cortar investimentos e adiar aquisições depois da queda de 46% do lucro operacional no primeiro trimestre.
As medidas de isolamento durante a pandemia interromperam operações no Peru, Colômbia e Argentina, e a turbulência econômica global pesou nos preços dos metais.
“Nossos planos não mudaram, foram adiados”, disse o diretor financeiro Sergio Malacrida.
A Votorantim planeja reduzir os investimentos em 18%, para R$ 3,3 bilhões neste ano. A retomada das fusões e aquisições vai depender da maior clareza sobre a evolução da pandemia.
A empresa tem observado uma melhora no ritmo das operações. Duas das três minas no Peru retomaram as operações na semana passada, a mineração na Argentina foi reiniciada nesta semana e as operações na Colômbia devem recomeçar no fim do mês, disse.
O desempenho da divisão de cimento na Argentina tem sido relativamente bom, pois a inflação alta mantém o apelo de investimentos do setor imobiliário e de construção.
A Votorantim possui participação de 50% na Citrosuco, maior exportadora mundial de suco de laranja. Após anos de demanda em queda, o consumo da bebida aumentou com a maior procura por fontes de vitamina C.
Os futuros do suco de laranja acumulam alta de 25% neste ano, o que deve elevar os patamares de preço nos contratos em renovação com empresas de bebidas, disse.
“Porém, não sabemos se essas mudanças serão perenes após o vírus e como será o mundo”, disse. “O momento é de cautela.”
O grupo registrou prejuízo líquido de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre, comparado ao lucro líquido de R$ 4,4 bilhões em igual período do ano anterior.