Votação: Indisciplina da base deve subir para 30%, calcula Pulso Público
O presidente Michel Temer deverá sobreviver à votação da segunda denúncia na Câmara, na quarta-feira (25), mas com um saldo de votos inferior ao da primeira vez. A avaliação é da consultoria política Pulso Público, que vê como baixa a probabilidade de retomada da agenda econômica por conta da proximidade das eleições de 2018.
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Em agosto, Temer contabilizou 263 votos favoráveis ao arquivamento, com uma “indisciplina” da base levemente superior a 25%. Desta vez, calcula a Pulso em seu cenário mais provável, os votos “não” na base do governo devem subir para 30%, “considerando PSB, Podemos, PV, e PPS como partidos fora deste grupo, mas mantendo o PSDB na situação”.
Com isso, o somatório de votos “sim” entre os partidos da base, com ausências e abstenções, deverá se situar perto de 230, prevê a consultoria. Por trás da piora do desempenho, a Pulso cita a “toxicidade eleitoral de Temer” com a proximidade de 2018, o desgaste no relacionamento com partidos da base (Democratas) e o maior desequilíbrio na composição dos ministérios.
Para que a denúncia seja aceita, os adversários de Temer precisam reunir 342 votos. Ao Planalto, portanto, resta reunir uma soma de 172 votos a favor, ausências ou abstenções.
Quanto ao day after da provável vitória de Temer, a Pulso destaca a influência cada vez maior das eleições de 2018 no processo legislativo.
“Com o governo limitado em sua capacidade de dominar a agenda legislativa e o fim do processo de reforma política, há mais espaço para a aprovação de propostas que atendam a grupos de interesse específicos e com temas que ficam, costumeiramente, à margem da agenda prioritária”, diz análise macro assinada por Vitor Oliveira, cientista político e diretor da Pulso Público.