Vontade de viajar pode levantar voo das ações da Gol, diante de caixa positivo
Pouco a pouco, o setor aéreo nacional tem ensaiado a recuperação pela demanda de voos, à medida que as vacinas contra a Covid-19 se aproximam, juntamente com o período de festas de fim de ano.
Durante o auge da pandemia no Brasil, a Gol (GOLL4) chegou a projetar um consumo diário de R$ 3 milhões durante o mês de novembro. Acontece que, ao invés de consumir tal quantia, a companhia gerou o mesmo valor diariamente no mês passado, reforçando a tese de retomada gradual das viagens aéreas.
Mais cedo, a Gol divulgou que havia encerrado novembro com aproximadamente R$ 2,3 bilhões em liquidez total, cifra 4% maior ao reportado em outubro desse ano.
“Este é o primeiro mês que a companhia gerou caixa líquido desde o início da crise do coronavírus. Vemos isso como um marco importante na nossa recuperação”, afirmou o Richard Lark, diretor vice-presidente financeiro da Gol.
A Guide Investimentos vê um impacto positivo para as ações da Gol, após meses de consumo de caixa líquido.
“A busca por passagens aéreas aumentou no período e consequentemente o volume de vendas também”, aposta o analista Luis Sales.
Será que a Gol tem caixa para incorporar a Smiles?
Sete anos após comandar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Smiles (SMLS3), numa operação que movimentou R$ 1,1 bilhão, a Gol (GOLL4) pretende, agora, tomar o caminho contrário.
A companhia aérea planeja incorporar a gestora de programas de fidelidade.
Em fato relevante desta segunda-feira (7), a Gol informa que enviou uma proposta ao conselho de administração da Smiles. Por ela, os atuais acionistas da Smiles receberiam 0,825 ação preferencial da Gol para cada ação ordinária.
Embora a Gol se concentre em justificar os potenciais ganhos de longo prazo da operação, o plano pode ser mal recebido pelo mercado por um motivo bem mais imediato: disponibilidade de caixa.
Se todos os detentores de papéis em circulação da Smiles optassem por receber em espécie, teriam direito a um total de R$ 1,3 bilhão. Mas a proposta da Gol estabelece que nenhum investidor receberá mais de 80% do que tem direito em ações ou em dinheiro.