Voltou atrás: GM cancela 1.244 demissões e retoma a produção em São Paulo; entenda
Os metalúrgicos da General Motors (GM), que estavam há 17 dias em paralização, retornaram ao trabalho nas fábricas de São Paulo, na última quarta-feira (8).
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, “as negociações entre a montadora e os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, São Caetano do Sul (SP) e Mogi das Cruzes (SP) chegaram a uma proposta de acordo, aprovada em assembleia”.
O acordo adequa a suspensão da paralisação ao pagamento dos dias parados para todos na fábrica e licença remunerada para quem havia sido demitido. Além disso, também foi aprovado um aviso permanente de greve, que consiste na retomada da paralisação, no caso da empresa não cumprir o acordo aprovado.
As negociações continuam rolando e conterá a participação de uma nova comissão de sete trabalhadores, formada recentemente e aprovada em assembleia, para acompanhar as reuniões e evitar futuras demissões.
Os funcionários que tiveram as demissões canceladas, entrarão em licença remunerada.
Em São José das Campos, a GM produz o modelo “picape S10” e o utilitário esportivo “TrailBlazer”. Em São Caetano do Sul são fabricados os modelos “Montana”, “Spin” e “Tracker”.
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Qual o motivo da greve?
No dia 21 de outubro, a montadora havia demitido 839 funcionários na fábrica de São José dos Campos, 300 na de São Caetano e mais 105 na unidade de Mogi das Cruzes. Em viés disso, a greve foi iniciada em 23 de outubro.
Os trabalhadores foram informados sobre os desligamentos por meio de telegrama, após a GM ter assinado um acordo que garantia estabilidade no emprego para os funcionários até maio de 2024.
Além disso, em meio a greve, a montadora havia se comprometido a cancelar as 1.244 demissões nas três fábricas, de forma que obedecesse à determinação judicial, no entanto, havia travado a decisão do conselho, afirmando que descontaria os dias parados, e estava à ponto de rasgar o acordo de layoff de todos os funcionários da fábrica de São José dos Campos, que estabelece estabilidade no cargo até maio de 2024.
Agora, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT) decidiu cancelar as 839 demissões dos trabalhadores de São José dos Campos, além de acatar o pedido de liminar feito pelo Ministério Público do Trabalho em resposta à manifestação, apontando violações do acordo coletivo por parte da GM.
Segundo Valmir Mariano, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, “a retomada dos empregos é uma vitória histórica, fruto da forte luta dos trabalhadores das três cidades. Foram 13 dias de greve e muita união em defesa dos empregos. Mostramos a força da nossa categoria”.