Aluguel de Carros

Voltou atrás? Citi retoma cobertura de Movida (MOVI3) com recomendação neutra

21 jun 2024, 12:58 - atualizado em 21 jun 2024, 12:58
Movida
Fachada de loja física da Movida (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O Citi retomou a cobertura de Movida (MOVI3) com recomendação neutra e indicação de alto risco.

O preço-alvo para a ação é de R$ 7 — o que representa uma potencial valorização de 17,25% em relação ao fechamento da última quinta-feira (20).

Na avaliação do banco, a companhia de locação de veículos “vem fazendo um bom trabalho para cumprir o guidance de 2024, mas o desafio está no futuro e além das melhorias operacionais”.

Mesmo com o rendimento do aluguel de carros (rent-a-car) no primeiro trimestre pouco abaixo do esperado, guidance de 4,2% “parece alcançável” em 2024, avalia o Citi.

“Além da melhoria na utilização, parece haver espaço para a empresa continuar aumentando as tarifas, já que o setor parece racional e segue na mesma direção este ano”, diz o relatório.

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Os analistas ainda veem um espaço para “decepções” no spread de retorno sobre o capital investido (ROIC) e dos lucros em 2024, em meio ao cenário de juros elevados e a deterioração do mercado de automóveis usados.

Sendo assim, os impactos da depreciação, das taxas de juros e “condições mais restritivas para melhorias operacionais ainda sugerem que o mercado poderá ter surpresas negativas durante algum tempo”, sobretudo, no lucro líquido da companhia, escrevem os analistas Filipe Nielsen, Stephen Trent e Jay Singh, que assinam o relatório.

As ações da Movida iniciaram o pregão com alta superior a 3% e figuraram entre as maiores altas da B3. Os papéis, porém, arrefeceram os ganhos ao longo da manhã.

Por volta de 12h (horário de Brasília), MOVI3 avançava de 0,84%, a R$ 6,02.

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Movida: pontos de atenção

Os analistas também apontaram os riscos negativos para o preço-alvo das ações MOVI3. Entre eles, estão:

  • interrupções no fornecimento de energia da empresa, incluindo redução nas compras de automóveis por um período prolongado que poderia corroer o desconto da empresa;
  • comportamento irracional de grandes concorrentes no mercado brasileiro; e
  • dificuldades em relação às tendências mais duras nas vendas de automóveis usados, prejudicando a sua rentabilidade.

Outro ponto que pode preocupar os investidores é a permanência da Selic na casa dos dois dígitos, dado o alto endividamento (alavancagem) da Movida.

Na avaliação dos analistas do Citi, a empresa ainda enfrenta dificuldades na geração de fluxo de caixa livre (FCF) e “alavancagem provavelmente atingirá o pico este ano” — e permanecerá alta nos anos seguintes.

Por outro lado, atividade econômica melhor do que o esperado pode impulsionar as tarifas de aluguel e melhoria das condições do ciclo de rotação de ativos da empresa podem beneficiar a empresa no curto e médio prazos.