Voltou atrás? Citi retoma cobertura de Movida (MOVI3) com recomendação neutra
O Citi retomou a cobertura de Movida (MOVI3) com recomendação neutra e indicação de alto risco.
O preço-alvo para a ação é de R$ 7 — o que representa uma potencial valorização de 17,25% em relação ao fechamento da última quinta-feira (20).
Na avaliação do banco, a companhia de locação de veículos “vem fazendo um bom trabalho para cumprir o guidance de 2024, mas o desafio está no futuro e além das melhorias operacionais”.
Mesmo com o rendimento do aluguel de carros (rent-a-car) no primeiro trimestre pouco abaixo do esperado, guidance de 4,2% “parece alcançável” em 2024, avalia o Citi.
“Além da melhoria na utilização, parece haver espaço para a empresa continuar aumentando as tarifas, já que o setor parece racional e segue na mesma direção este ano”, diz o relatório.
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Os analistas ainda veem um espaço para “decepções” no spread de retorno sobre o capital investido (ROIC) e dos lucros em 2024, em meio ao cenário de juros elevados e a deterioração do mercado de automóveis usados.
Sendo assim, os impactos da depreciação, das taxas de juros e “condições mais restritivas para melhorias operacionais ainda sugerem que o mercado poderá ter surpresas negativas durante algum tempo”, sobretudo, no lucro líquido da companhia, escrevem os analistas Filipe Nielsen, Stephen Trent e Jay Singh, que assinam o relatório.
As ações da Movida iniciaram o pregão com alta superior a 3% e figuraram entre as maiores altas da B3. Os papéis, porém, arrefeceram os ganhos ao longo da manhã.
Por volta de 12h (horário de Brasília), MOVI3 avançava de 0,84%, a R$ 6,02.
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Movida: pontos de atenção
Os analistas também apontaram os riscos negativos para o preço-alvo das ações MOVI3. Entre eles, estão:
- interrupções no fornecimento de energia da empresa, incluindo redução nas compras de automóveis por um período prolongado que poderia corroer o desconto da empresa;
- comportamento irracional de grandes concorrentes no mercado brasileiro; e
- dificuldades em relação às tendências mais duras nas vendas de automóveis usados, prejudicando a sua rentabilidade.
Outro ponto que pode preocupar os investidores é a permanência da Selic na casa dos dois dígitos, dado o alto endividamento (alavancagem) da Movida.
Na avaliação dos analistas do Citi, a empresa ainda enfrenta dificuldades na geração de fluxo de caixa livre (FCF) e “alavancagem provavelmente atingirá o pico este ano” — e permanecerá alta nos anos seguintes.
Por outro lado, atividade econômica melhor do que o esperado pode impulsionar as tarifas de aluguel e melhoria das condições do ciclo de rotação de ativos da empresa podem beneficiar a empresa no curto e médio prazos.