Volta por cima? Tenda (TEND3) dispara após mostrar recuperação em 2023; é hora de comprar?
As ações da construtora Tenda (TEND3) dispararam 10% no pregão desta sexta-feira (15) com investidores digerindo os resultados do quarto trimestre de 2023, divulgados ontem à noite.
Os números consolidados apontaram mais um prejuízo líquido, chegando a nove trimestres de perdas. Porém, considerando apenas os números de Tenda, sem a subsidiária Alea, a construtora voltou a registrar lucro.
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Lembrando que a construtora fechou 2023 com o melhor desempenho do setor de construção civil na B3 ao saltar 250%. Além disso, TEND3 fechou a semana com a terceira maior alta entre as construtoras, perto de 6%.
Tenda mostra que o ‘pior já passou’
Para os analistas do BTG Pactual, Elvis Credendio e Gustavo Cambauva, o quatro trimestre deixou claro que o pior já passou para a Tenda. Desta forma, a empresa mostrou que sua recuperação é uma realidade, com crescimento nas margens reportadas, dizem.
O analista do Itaú BBA, Daniel Gasparate, diz que a construtora do segmento de baixa renda reportou números fracos de outubro a dezembro. Porém, eles estão melhorando.
Segundo ele, apesar do perda de resultados, a expectativa é que o mercado se concentre na recuperação da margem bruta na divisão Tenda, que parece estar no caminho certo ao subir 20 pontos percentuais (p.p.).
Geração de caixa provoca surpresa
A equipe de real estate da XP chama a atenção para a geração de caixa operacional no trimestre, de R$ 60,4 milhões.
O head de real estate, Ygor Altero, e o analista Ruan Argenton veem como positivo considerando que no período não houve cessão da carteira de recebíveis da pró-soluto.
Além disso, o adiantamento das vendas de unidades para o programa “Pode Entrar”, da prefeitura de São Paulo, não teve impacto significativo.
“Temos uma avaliação mista dos resultados da Tenda, com base em seu lucro líquido pressionado, embora saudemos a recuperação gradual da lucratividade do segmento Tenda”, dizem Altero e Argenton.
Ainda sobre a geração de caixa, os analistas do BTG acrescentam que esperavam um consumo de caixa de R$ 30 milhões nos três últimos meses do ano. Mas foram surpreendidos positivamente com a geração.
“Acreditamos que, neste momento, os números do fluxo de caixa são muito mais relevantes do que os lucros, que têm um efeito retardatário”, observam Credendio e Cambauva.
Por sua vez, o analista do Bradesco BBI, Bruno Mendonça, reforça que a Tenda continua sua trajetória de recuperação, com a operação tradicional atingindo o ponto de equilíbrio (breakeven).
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Analistas reiteram recomendações para Tenda
Após os resultados, os analistas reiteraram suas recomendações para as ações da construtora mineira. A XP seguiu neutra e preço alvo de R$ 11,00 para TEND3.
Assim como o BBA, que segue neutro e preço-alvo de R$ 17,00. “Continuamos a ver riscos-recompensas mais atraentes considerando assimetrias em outros nomes do setor”, pondera Gasparate.
Por outro lado, o BTG disse que “gostou do que viu” e seguiu com classificação de compra e preço-alvo de R$ 18,00.
O BBI também manteve compra, vendo uma assimetria positiva para a empresa de construção civil, com múltiplo preço/lucro negociando a 4,3 vezes estimados para 2025.
“Vemos tendências positivas, com recuperação das margens e significante queda da alavancagem ao longo do tempo. Além disso, as novas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida podem afetar os números do segundo semestre deste ano, o que beneficiaria a operação da Tenda”, avalia Mendonça.