Setor Automotivo

Volta dos carros populares está na mira do Governo Lula; veja preços e modelos que devem chegar ao mercado

10 abr 2023, 16:23 - atualizado em 10 abr 2023, 16:23
China Carros
Carros populares devem retornar com preços de até R$ 60 mil (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

O setor automotivo ainda luta para se recuperar dos impactos causados pela pandemia, com desafios em relação à produção, peças e queda na demanda por automóveis, que levou à paralisação de montadoras.

Neste cenário, os carros populares, que até 2019 podiam ser encontrados na faixa dos R$ 30 mil, sucumbiram à realidade atual, em que os modelos de entrada chegam na casa dos R$ 70 mil.  No entanto, o retorno do carro popular está na mira do Governo Lula.

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Interesse da indústria automotiva do Brasil, agrandando tanto montadoras quanto revendedoras, o retorno dos carros populares está sendo tratado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, conforme noticiou o colunista Eduardo Sodré, no jornal A Folha de São Paulo.

O plano é lançar carros com preços entre R$ 50 e R$ 60 mil, movidos apenas a etanol e com os mesmos motores 1.0 utilizados atualmente, contudo, com maior desempenho e melhoria no consumo.

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Condições para carros populares

Segundo a coluna, a escolha do combustível para o retorno dos carros populares ser o etanol se deve às metas de descarbonização. Dessa forma, a proposta é oferecer um produto com maior apelo ambiental, sendo que a nomenclatura “carro popular” pode ser, inclusive, trocada por “carro verde”.

Além disso, com maior apelo ambiental, há como costurar uma forma de tributação exclusiva, que atenda as demanda do novo arcabouço fiscal.

Ainda conforme colunistas, o grupo Stellantis, é o que tem melhor perspectiva com o tema, visto que já atua com a possibilidade de relançar carros movidos somente a álcool, bem como oferecer alternativas híbridas.

O setor automotivo

O setor automotivo vem passando por um período difícil, potencializado pelos impactos da pandemia. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), divulgados nesta segunda-feira (10), apesar da melhora nos números em março, a produção acumulada no primeiro trimestre ainda está cerca de 50 mil unidades abaixo dos níveis pré-pandemia.

Conforme a Associação, no período de janeiro a março deste ano foram produzidos 538 mil autoveículos, apenas 8% a mais que no início do ano passado, quando a crise dos semicondutores esteve no auge.

“Nesses três primeiros meses tivemos oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno, algo semelhante às paradas verificadas no início de 2022. A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas, como o resfriamento da demanda” explica Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Ainda, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o ano de 2023 já iniciou em desaceleração do setor. Em janeiro, houve queda de 34% nos emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus, em comparação com dezembro de 2022.

Em fevereiro, houve uma queda menos expressiva, de 9% em relação a janeiro. A escassez de chips e outras peças inibe a produção de novos carros enquanto, em contrapartida, os carros usados estão sob os holofotes.

Dessa maneira, os tidos como “carros de entrada” já não estão mais presentes nas montadoras, que priorizam margem de lucro antes de volume de vendas.