Volatilidade do Ibovespa vai continuar? Mercado segue cauteloso, afirmam analistas
A queda do Ibovespa (IBOV) no pregão de quinta-feira (17) foi um reflexo da decepção do mercado, que comprou a ideia de um novo governo Lula mais ao centro. Essa quebra de expectativa, segundo Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa, cria um mercado cauteloso para o próximo governo, que troca o beneficio da dúvida pela espera por respostas concretas.
“Até lá, os ativos vão sofrer, muita gente vai sair da bolsa e gringo vai sair do Brasil”, afirma Serra.
A expectativa dos investidores era que o presidente eleito respeitasse o teto de gastos e trouxesse um nome mais alinhado com a responsabilidade fiscal para o Ministério da Fazenda.
De acordo com o especialista, a PEC da Transição fora do teto é um furo, pois trata-se de uma despesa com característica permanente que pode levar o país ao endividamento. “Se não estamos respeitando nada antes de começar o governo, como vai ser mais pra frente?”, questiona Serra em nome do mercado.
Desde que foi anunciado o rombo de quase R$ 200 bilhões — ou cerca de 2% do PIB brasileiro — no teto, o risco Brasil subiu em 10%, diz Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos. Tal movimento pode fazer com que a divida pública atinja 100% até 2030 — o que pode provocar a alta da inflação e uma eventual volta da escalada de juros.
A economista do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, ainda explica que essas reações — como a de ontem — são comuns em anos eleitorais, devido ao ruído politico interno. “Qualquer fala gera esse tipo de volatilidade“, diz.
Os especialistas afirmam que o mercado deve seguir com uma posição de cautela até que respostas sejam apresentadas. Quem deve sofrer mais nesse cenário são empresas de construção e de varejo.
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