Volatilidade deve marcar mercados até vacina, diz PanAgora
Os mercados podem enfrentar volatilidade significativa diante da probabilidade de aprovação de uma vacina contra a Covid-19 até meados do próximo ano, de acordo com a PanAgora Asset Management, pioneira em investimentos quantitativos.
A empresa de Boston vê probabilidade de 60% de uma vacina em dezembro e de 80% em meados de 2021, disse George Mussalli, chefe de pesquisa e diretor de investimentos para renda variável.
A empresa processa grandes quantidades de dados e linguagem natural para avaliar o avanço de dezenas de ensaios de fármacos concorrentes.
Investidores devem se preparar para “grandes decepções e grandes surpresas do lado positivo” ao longo do processo de aprovação, disse Mussalli em entrevista na quarta-feira.
“Esses eventos de notícias vão mexer com o mercado consideravelmente para cima e para baixo, até que a vacina seja descoberta e esteja amplamente disponível.”
Um indicador de ações globais está perto de eliminar as perdas do ano após as medidas de afrouxamento monetário e estímulo fiscal que puxaram o rali em relação às mínimas provocadas pela pandemia.
Com o avanço dos testes, o Goldman Sachs disse que investidores devem considerar o risco de uma vacina bem-sucedida mexer com os mercados. Uma unidade do Bank of America disse que uma vacina contra a Covid-19 deve impulsionar os mercados acionários a novos patamares.
Os indicadores de volatilidade caíram desde o pior do pânico nos mercados em março. O índice VIX, às vezes chamado de indicador do medo de Wall Street, caiu para cerca de 23 em relação a mais de 80 quase cinco meses atrás.
Na semana passada, o indicador correspondente para os títulos do Tesouro dos EUA, o índice MOVE, atingiu o nível mais baixo já registrado.
A PanAgora, que administra US$ 34 bilhões em ativos e é um dos fundos quantitativos mais antigos, disse que ainda não está claro se uma vacina ganhará rapidamente aceitação generalizada. É em parte por isso que empresas que se adaptaram bem às mudanças no comportamento do consumidor durante a pandemia devem se manter como vencedoras, disse Mussalli.
“Provavelmente, haverá alguma mudança permanente”, disse Mussalli. “Não vamos voltar ao normal completamente e vamos adotar o trabalho virtual.”