Volatilidade de moedas emergentes cai mesmo com aperto do Fed
O impulso para ativos de risco é tanto que operadores se posicionam para uma queda na volatilidade em mercados emergentes — mesmo antes da decisão de juros do Federal Reserve nesta quarta-feira.
O indicador do JPMorgan para a volatilidade implícita de moedas de mercados emergentes caiu para uma mínima de nove meses de 10,8%, ante quase 13% no final de outubro.
O índice caminha para sua primeira queda anual desde 2019.
Os investidores se animam com a flexibilização das medidas contra Covid na China que haviam arrastado para baixo a economia, e com uma possível moderação no aperto monetário agressivo do Fed. O dado de inflação americana mais suave do que o esperado na terça-feira reforçou as expectativas de uma guinada do BC dos EUA.
“A partir do próximo ano, esperamos que a volatilidade de moedas de mercados emergentes diminua à medida que os mercados precificam cada vez mais o pico das taxas do Fed”, disse Mitul Kotecha, chefe de estratégia de mercados emergentes da TD Securities em Singapura.
A decisão de política monetária do Fed desta quarta-feira ainda traz riscos. Apesar do consenso amplo do mercado em torno de um aumento de juros de 0,50 ponto percentual, o desafio para o presidente Jerome Powell será convencer os investidores de que isso não significa um fim prematuro da luta contra a inflação.
Mas com muitos bancos centrais de países em desenvolvimento prestes a começar a afrouxar a política monetária no ano que vem, o impulso ao crescimento também deve apoiar os ativos de mercados emergentes.
“Continuamos acreditando que as moedas de emergentes podem ter um desempenho superior em 2023 e vemos valor nas taxas locais e externas”, disse Brendan McKenna, economista de mercados emergentes e estrategista de câmbio da Wells Fargo Securities. “O fim do ciclo de aperto do Fed deve ajudar o fortalecimento do câmbio nos mercados emergentes, enquanto os bancos centrais dos mercados emergentes provavelmente embarcarão em ciclos de flexibilização no próximo ano.”