Moedas

Volátil, dólar passa a cair em ajuste após salto por tensão governo e Banco Central

24 mar 2023, 12:48 - atualizado em 24 mar 2023, 12:48
Dólar
Na B3, às 12:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a 5,2890 reais (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

O dólar devolveu ganhos iniciais e passava a alternar estabilidade e leve queda frente ao real nesta sexta-feira, em movimento atribuído por profissionais do mercado a ajustes técnicos após salto recente provocado em grande parte pelo aumento das tensões entre o governo e o Banco Central.

Às 12:22 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,15%, a 5,2819 reais na venda, perdendo fôlego depois de mais cedo ter chegado a saltar 1%, a 5,3426 reais na venda.

Na B3, às 12:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,33%, a 5,2890 reais.

A virada no sinal da moeda para negativo é “um ajuste após a alta dos últimos dias”, disse à Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. É normal, depois de movimentos acentuados da divisa norte-americana, haver correções pontuais no sentido oposto conforme agentes financeiros realizam lucros.

O dólar saltou 1,02% na véspera, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Banco Central deve pagar o preço pelos juros do país, voltando a criticar o atual patamar da Selic um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidir manter a taxa em 13,75% ao ano.

O BC não apresentou sinal concreto sobre um eventual afrouxamento monetário à frente, adotando um tom mais duro do que o esperado, contrariando expectativas no mercado e no governo por uma indicação sobre o momento em que poderia iniciar os cortes na taxa básica de juros.

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Segundo Alencastro, “o mercado ainda está tentando entender até onde vai essa queda de braço entre Lula e o BC”.

Enquanto isso, no exterior, um índice que compara o dólar a seis pares importantes subia 0,6%.

O humor global permanecia frágil depois que a turbulência nos setores bancários de Estados Unidos e Europa a nas últimas duas semanas relembrou a crise financeira global de 2008.

O fato de vários bancos centrais de países desenvolvidos terem subido os juros nos últimos dias mesmo diante dos riscos financeiros colaborava para a cautela, disse a XP em nota matinal, citando ainda decepção do mercado com leituras de PMIs na Europa.

O dólar caminhava para alta semanal de 0,2%.