Você tem bons amigos no trabalho? Veja se eles ajudam ou atrapalham sua carreira
Amigos e férias. Se há algo de bom no trabalho é isso. Neste fim de ano, as empresas têm o poder de oferecer essas vantagens aos seus funcionários.
Segundo dados do Gallup, um trabalhador passa, em média, 81.396 horas de sua vida no ambiente de trabalho. Por ser o local onde dedicamos a maior parte do tempo, é natural que ali encontremos amizades duradouras e fiéis. Em ambientes estressantes, a afinidade de valores pode aprofundar esses laços.
Um amigo no trabalho é aquele que cobre suas costas, que lamenta em conjunto e que dá as mãos nos momentos mais difíceis para ninguém desistir. É aquela pessoa com quem você ri e chora. Quem, com o tempo, a gente acaba dividindo mais do que o espaço da firma – termina compartilhando a vida, mesmo.
Além de ser um ombro amigo para conversas sobre situações difíceis com colegas (prática adotada por 64% das pessoas, segundo pesquisa da Olivet Nazarene University), os amigos no trabalho também discutem sobre vida amorosa (58%), problemas de saúde (53%) e questões financeiras (33%).
Pesquisas indicam que 57% das pessoas que têm um bom amigo no trabalho consideram o ambiente profissional mais agradável. No fim, quem tem um amigo no emprego acaba sendo mais produtivo, comprometido, se comunica melhor e encoraja um ao outro, segundo pesquisa das universidades de Pennsylvania e Minnesota.
Amizades no trabalho: Sua saúde mental agradece
Estudos da Think Work evidenciam o valor da amizade no ambiente de trabalho, especialmente seu impacto positivo na saúde mental dos profissionais. Em uma pesquisa sobre saúde mental realizada em 2023, 21% dos entrevistados afirmaram sentir-se bem todos os dias e 37% na maioria dos dias, totalizando 58%. Entre aqueles que afirmaram ter amigos no trabalho, esses números aumentaram para 26% e 42%, respectivamente, totalizando 68%.
Quem tem amigos também relataram melhores condições de saúde, experimentando menos dores no corpo, sensação de cansaço, ansiedade e estresse, em comparação com aqueles que não têm amigos.
Entre os respondentes da Think, 62% consideram que têm verdadeiros amigos no trabalho. Entretanto, o estudo global da Gallup indica que apenas 3 em cada 10 empregados concordam fortemente em ter um melhor amigo no emprego.
Desenvolver relações genuínas no trabalho torna-se cada vez mais urgente, principalmente à medida que nos encaminhamos para uma sociedade mais solitária. A Organização Mundial da Saúde já alertou para a epidemia da solidão.
Segundo dados do Gallup, mais de 300 milhões de pessoas no mundo não têm um único amigo, e mais de 20% delas não têm amigos ou familiares para contar quando necessário. O Brasil figura entre os países em que as pessoas mais se sentem sozinhas, conforme o mapa da solidão do Gallup.
Logo, criar um ambiente propício para a formação das amizades deveria se tornar uma prioridade de recursos humanos. Apesar das dificuldades apresentadas pelo trabalho remoto e híbrido, é possível, sim, estabelecer vínculos emocionais à distância.
Portanto, “promover a amizade” não deve ser usado como desculpa pelas companhias para trazer os empregados de volta. Afinal, nem sempre as pessoas reunidas sob o mesmo teto sentem uma ligação que equipara à amizade.
Então, é Natal…
Neste período de fim de ano, as empresas têm a oportunidade de promover a aproximação entre funcionários e fortalecer os laços por meio de momentos de confraternização. De acordo com a pesquisa da Think Work, 76% das empresas planejam realizar festas de fim de ano para os funcionários, com comidas (91%), bebidas alcoólicas e não alcoólicas (80%) e shows (49%). Em 11% dos casos, a festa terá duração de um dia inteiro, enquanto em 9% será estendida por mais de um dia.
Além das festas, considerar conceder recesso aos funcionários pode ser uma opção viável, já que quase 40% das companhias relatam uma diminuição das atividades durante o período de fim de ano.
Nossa pesquisa demonstra que os funcionários que conseguem se desconectar durante as férias se sentem muito melhor do que aqueles que não tiram férias ou que, mesmo tirando, permanecem conectados ao trabalho.
Amizades no ambiente de trabalho aliviam o fardo do serviço, enquanto as férias contribuem para a saúde mental. Ambos têm baixo custo para o departamento de Recursos Humanos e um grande impacto tanto para os indivíduos quanto para os negócios.