BusinessTimes

Você sabe o que é um “frenemy”? Termo que une “amigos” e “inimigos” é a base do streaming

19 nov 2019, 23:35 - atualizado em 20 nov 2019, 0:26
Disney Plus
A Disney levou meses para que a maioria das maiores empresas de dispositivos de mídia concordasse em transmitir seu novo serviço de streaming (Imagem: Facebook da Disney)

Quando a Walt Disney lançou seu serviço de streaming na semana passada, a empresa tinha um parceiro importante: a Amazon.com.

Muitos consumidores se conectaram ao Disney+ por meio dos players de mídia digital Fire TV da gigante da tecnologia. E o Amazon Web Services ajudou a disponibilizar filmes e programas de TV da Disney para telespectadores através de sua rede de computação em nuvem.

Mas a Amazon também é concorrente da Disney em streaming – um dos muitos chamados “frenemies” – junção das palavras friend (amigo) e enemy (inimigo) em inglês – no crescente mercado da TV on-line.

Empresas de mídia e tecnologia forjaram alianças desconfortáveis ao lidar com uma das maiores mudanças na história do entretenimento.

Exibir programas e filmes para consumidores on-line exigiu um novo nível de trabalho em equipe entre Hollywood e o Vale do Silício, que nem sempre ocorre sem problemas.

A Amazon foi uma das últimas plataformas a assinar o acordo: o anúncio foi feito dias antes do lançamento na semana passada (Imagem: site da Amazon)

A Disney levou meses para que a maioria das maiores empresas de dispositivos de mídia concordasse em transmitir seu novo serviço de streaming, um passo fundamental para garantir que o Disney+ estivesse amplamente disponível.

A Amazon foi uma das últimas plataformas a assinar o acordo: o anúncio foi feito dias antes do lançamento na semana passada.

“O fato de estar em várias linhas de negócios juntos é problemático”, disse Sandy Jap, professora da escola de negócios da Universidade Emory e autora de “Partnering with the Frenemy“, um livro sobre gestão de relacionamentos corporativos. Metade dessas parcerias acaba não dando certo, disse a professora.

No passado, uma empresa como a Disney dependia amplamente de terceiros para distribuir conteúdo, fossem operadoras de TV a cabo ou redes de cinema. Agora, a empresa precisa de novos relacionamentos – e estes podem ser delicados.

A Apple lançou seu produto de TV por assinatura com uma grande promoção em 1º de novembro. Também distribui serviços como Disney+ e Netflix por meio de sua loja de aplicativos e players de mídia digital.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A Netflix parou de produzir novos episódios dos programas Marvel da Disney, como “Jessica Jones“ e “Luke Cage“, depois que a Disney se recusou a renovar um acordo (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Marvel

Os conflitos afetam onde os programas são transmitidos e onde os serviços são anunciados.

A Netflix parou de produzir novos episódios dos programas Marvel da Disney, como “Jessica Jones“ e “Luke Cage“, depois que a Disney se recusou a renovar um acordo para vender seus filmes para o serviço. No mês passado, circularam informações de que a Disney não estava permitindo que anúncios da Netflix fossem exibidos em sua rede ABC.

O problema dos “frenemies” não é inteiramente novo, claro. A Amazon começou vendendo livros – e ainda é a maior loja da indústria editorial nos EUA -, mas a gigante do comércio eletrônico entrou em conflito com empresas sobre tópicos como preços, e-books e venda de livros usados.