Você prefere a Heineken, mas é a AmBev que terá um happy hour por vários trimestres, diz Bank of America
O momento para o crescimento das receitas da AmBev (ABEV3), que no terceiro trimestre ficou evidente, deve continuar nos próximos seis meses, avalia o Bank of America em um relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.
O banco subiu a recomendação dos papéis de venda para neutra. O preço-alvo foi de R$ 15,50 para R$ 18,60. O valor corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 5%.
Segundo os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, a performance de volume vendido entre julho e setembro mostrou que a estratégia comercial está tendo sucesso, principalmente em cerveja no Brasil.
“Acreditamos que esse ímpeto deve continuar pelo menos pelos próximos dois trimestres, dada a sazonalidade favorável, a plena reabertura da economia, o Carnaval, e enquanto a Heineken conclui a transição de distribuição e o aumento da capacidade”, explicam Simonato e Palhares.
Apesar do otimismo, o BofA lembra que ainda há ventos contrários: altos custos, competição e reforma tributária.
O banco entende que, apesar das receitas sólidas, a margem Ebitda deve permanecer pressionada no próximo ano, dados os altos custos das commodities e o real mais fraco, enquanto os custos de vendas e administrativos segue em um novo patamar.
“Além disso, acreditamos que a concorrência deve se tornar mais difícil em algum momento, já que o nível de preferência da Heineken é alto e a empresa está aumentando a capacidade em 40%. Finalmente, a potencial reforma tributária no Brasil poderia impactar negativamente o fluxo de caixa descontado em pelo menos 10%”, concluem.