Você está pronto para sobreviver à era dos 2% ao ano?
Depois que o Copom cortou a taxa básica de juros (Selic) para a mínima histórica de 2,25% ao ano, a fim de conter o impacto da pandemia de covid-19, a rentabilidade das aplicações de renda fixa ficou comprometida.
É difícil saber ao certo até quando vai durar o ciclo de baixa da taxa Selic. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse na quinta-feira (02) que há espaço para queda da taxa, mas não muito mais e desde junho se fala na possibilidade de uma nova redução “residual”.
No relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira (29), o mercado passou a prever um novo corte na Selic. A nova projeção é de que a taxa caia mais 0,25% e encerre 2020 em 2%.
É claro que a renda fixa não morreu por conta da era dos juros baixos. Para você ter um bom portfólio de investimentos ainda precisa alocar uma porcentagem na renda fixa em nome da segurança. Mas é inegável que a rentabilidade de alguns títulos de renda fixa foi fortemente afetada.
Você precisa se adaptar!
Por isso, você precisa se adaptar à situação atual. Se você deseja manter os rendimentos que tinha antes dos cortes consecutivos da Selic, o jeito é aumentar o percentual de risco da sua carteira, alocando uma parte maior do seu patrimônio em renda variável.
Para os investidores brasileiros de perfil tradicionalmente mais conservador dar esse passo pode ser difícil, mas antes de tomar qualquer decisão você precisa saber mais sobre as possibilidades que existem no mercado.
Os fundos de investimento têm atraído cada vez mais aqueles que querem diversificar seus investimentos sem se preocupar em administrá-los, já que o fundo conta com uma gestão profissional.
Além disso, os custos operacionais são mais baixos do que montar uma carteira selecionando os ativos de forma individual.
Os fundos multimercados, por exemplo, podem ser uma boa opção para você ter uma carteira mais variada.
Eles podem ser compostos por diversos ativos, como títulos públicos, títulos privados, moedas, ações e derivativos e é possível fazer aplicações desde as mais conservadoras até as mais arrojadas.
ETFs (Exchange Traded Funds) também têm ganhado popularidade. Um ETF é um fundo de investimento que replica alguma estratégia em ações, atrelado a um índice de referência, podendo até mesmo acompanhar índices estrangeiros.
O IVVB11, por exemplo, replica a carteira do S&P500, o índice americano que engloba as 500 maiores companhias de capital aberto dos Estados Unidos e te oferece um porto-seguro para fugir da volatilidade do mercado nacional.
Uma carteira de investimentos completa é aquela que tem diferentes tipos de aplicações em renda fixa e renda variável.
É aí que entra o papel fundamental de uma assessoria financeira, que vai apresentar os produtos disponíveis no mercado que mais se adequam a seus objetivos financeiros e perfil de risco.
Você entende como funciona o trabalho de um assessor?
Assessores, assim como médicos, possuem especialidades. Você não procuraria um ortopedista para fazer o trabalho de um cardiologista. Ainda assim, é importante fazer exames periódicos com especialistas diversos para manter a sua saúde em dia.
Com os seus investimentos funciona da mesma forma. Ainda que você conte com um especialista em alocação, não quer dizer que você deva negligenciar outros tipos de investimento que podem ser essenciais para a sua saúde financeira.
Nenhum produto ou ativo isolado oferece os três alicerces que compõem o tripé de investimentos em pleno potencial de forma simultânea.
Por isso é tão importante balancear rentabilidade, liquidez e segurança no processo de escolha de produtos e aplicações para a composição da sua carteira de investimentos como um todo.
Sim, é possível obter rentabilidade sem comprometer a segurança!
Você consegue proteger seu portfólio ao diversificar estratégias na renda variável, além de variar nos tipos de ativo e setores investidos. Você não precisa abrir mão de uma coisa pela outra!
Seu ciclo de vida como investidor
Para você a entender melhor a importância dos diferentes tipos de investimento pense na sua vida sob o ponto de vista financeiro. Idealmente, ela é dividida em três fases: Fase da Acumulação; Fase da Multiplicação; Fase da Preservação.
Para cada um destes ciclos você precisa ter uma estratégia adequada, que te ajude a definir a proporção dos seus investimentos entre Renda Fixa e Renda Variável.
Fase da Acumulação
Nesta fase inicial, sua capacidade de consumo é baixa e você depende predominantemente do seu salário. É uma fase de boa tolerância ao risco que geralmente prioriza rentabilidade sobre segurança ou liquidez.⠀
Fase da Multiplicação
Entre 40 e 50 anos, a renda costuma ser mais alta, assim como o volume de investimentos. Mas a renda provinda do trabalho ainda supera a renda obtida com as aplicações. Então você precisa focar na multiplicação do seu patrimônio, buscando maior rentabilidade.
O perfil de risco aqui tende a ser mais moderado, pois geralmente você tem mais responsabilidades, mais gastos e precisa garantir, por exemplo, uma reserva de emergência.
Fase da Preservação
Conforme você se aproxima da aposentadoria a renda vinda do trabalho tende a ser menor do que aquela acumulada a partir de suas aplicações.
Nessa fase, você já gerou uma renda confortável com os seus investimentos e pode adotar uma postura mais conservadora, priorizando a segurança como forma de manutenção do seu capital.
O mais importante é que ao longo de todas essas fases você possa traçar estratégias adequadas ao momento que você está vivendo. Neste ponto, você precisa ter um bom assessor ao seu lado.
E então? Qual é o momento que você está vivendo agora?