Você conhece o blockchain Decred (DCR)?
Decred (DCR) foi lançado em 2016 e é, originalmente, uma bifurcação (“fork”) do código-base do Bitcoin. Em US$ 14,20, o preço do DCR caiu 88% de sua alta recorde de US$ 188 de maio de 2018.
Atualmente, sua capitalização de mercado está em US$ 144 milhões, com US$ 2,6 milhões negociados nas últimas 24 horas.
Decret incorpora funções de governança usando um sistema de consenso híbrido de proof-of-stake (PoS) e proof-of-work (PoS). O sistema de consenso híbrido reforça tentativas de fortalecer as vulnerabilidades de ambos os designs.
Mineradores PoW criam o blockchain e ganham uma porção da recompensa por bloco. Stakeholders PoS adquirem um ingresso para obtere uma porção da recompensa por bloco, participar da governança tanto fora como dentro da rede e validar blocos descobertos por mineradores.
Um modelo PoW clássico favorece as entidades que possuem acesso à eletricidade barata e ao capital para investir na infraestrutura de mineração.
Esse modelo está sujeito à mineração centralizada e ataques de 51%, em que um minerador ou pool com mais da metade da taxa de hashes pode temporariamente controlar o blockchain e as transações.
Um modelo clássico de PoS favorece investidores iniciais que acumularam moedas, geralmente durante uma distribuição inicial.
Benefícios do PoS incluem menores custos de infraestrutura, bem como a capacidade de qualquer usuário participar diretamente das decisões de governança da rede.
Blockchains PoS estão sujeito a vulnerabilidades de retificação de staking, que permite que um majoritário minerador controle o blockchain.
Dash (DASH) também usa um mecanismo de consenso PoW/PoS com um mecanismo de governança. Em contraste, DASH possui nós mestres que ganham maiores recompensas por staking e funções de governança, enquanto DCR usa a abordagem de sistema de ingressos.
Tanto para DASH como DCR, as taxas de inflação, fora as recompensas por staking, estão em 5,67% e 7%, respectivamente. Rendimentos anuais por staking, depois da inflação, estão em -0,29% e 3,19%, respectivamente.
Em uma comparação lado a lado, DASH domina as métricas de blockchain enquanto DCR possui mais atividade de desenvolvimento no Github no último ano.
DASH possui um fornecimento fixo de 18 milhões de moedas, em que 53% estão em circulação, e DCR possui um fornecimento fixo de 21 milhões de moedas, em que 51% estão em circulação.
Stakeholders PoS do DCR podem votar sobre atualizações ao código e propostas de orçamento por meio de um sistema públicos de propostas ancorado ao blockchain, chamado de Politeia, que foi ao ar em outubro de 2018.
Se uma atualização ou proposta for aprovada por detentores de ingressos, haverá um período de tempo para emendas ou reversões, seguido pelo processo de implementação.
Stakeholders podem adquirir ingressos usando um cliente DCR. Em seguida, cinco ingressos são escolhidos de forma aleatória do pool total de ingressos e, se pelo menos três dos ingressos votarem “sim”, o bloco é permanentemente acrescentado ao blockchain.
Preços dos ingressos, que se estabilizaram no último ano, são baseados na oferta e na demanda e não têm correlação direta com os preços de câmbio do DCR. Conforme a quantia de DCR em staking aumenta, os preços dos ingressos também aumentam.
O componente PoW do DCR usa a função hash BLAKE-256, parecida com a SHA-256 do Bitcoin. Atualmente, existem 274 nós da rede e, grande parte, está nos EUA.
No último ano, a taxa de hashes da rede e a dificuldade permaneceram estáveis.
Das 17 máquinas com chips de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs), três são rentáveis a US$ 0,04 por kilowatt/hora (kWh). A rede possui intervalo entre blocos de cinco minutos e ajustes de dificuldade a cada 12 horas.
Em uma tentativa de aumentar a descentralização do PoW, Donald Adu-Poku, desenvolvedor sênior do Decred, lançou dcrpool, um pool de mineração de código aberto para o Decred, em setembro de 2019.
Agora, mineradores solo totalizam quase 30% da taxa total de hashes da rede. Uupool.cn e Poolin totalizam mais de 60% da taxa total de hashes.
Recompensas por bloco são divididas, em que 60% vai para mineradores PoW, 30% para stakeholders PoS e 10% para desenvolvedores.
Atualmente, a atual divisão da recompensa por bloco é de 8.6135 para mineradores, 0,8613 DCRs por ingressos para stakeholders e 1.4355 DCR para o subsídio de desenvolvedores.
Dentre o total de 21 milhões em fornecimento total, 56,9% foi minerado até agora, incluindo 8% de pré-emissão no lançamento, ou 1,68 milhões de DCR.
Segundo uma publicação de dezembro de 2015, todas as moedas pré-mineradas detidas por desenvolvedores ou foram adquiridas a uma taxa de US$ 0,49 por moeda ou ganhadas por tarefas realizadas na rede.
Do total de 10,8 milhões de DCRs em circulação, 51% das moedas estão sendo retidas no pool do PoS.
O endereço do fundo de desenvolvimento possui 611.287 DCR, ou US$ 8,25 milhões a preços atuais, e é a maior conta única da rede, com 6,27% do fornecimento total em circulação.
Nos últimos meses, DCR apresentou três novos recursos: planos para uma corretora descentralizada (DEX); CoinShuffle++, que acrescenta a capacidade de enviar transações privadas na rede; e uma “lightning network” para o DCR que, atualmente, está na fase de testes.
A DEX DCR não terá taxas, será apermissionada e não custodial, usando câmbios atômicos (ou “atomic swaps”) de ponto a ponto (P2P).
As ordens serão combinadas de forma pseudoaleatória com dez épocas (“epochs”) de 10 segundos ou mais, negando as vantagens de negociações de alta frequência (NAF) e “front-running” (obtenção ilegal de informações vantajosas).
A DEX também visa evitar ou filtrar “wash trading” — tipo de manipulação de mercado que faz o ativo parecer ter mais demanda do que ele realmente tem — ao usar transações no blockchain.
CoinShuffle++ é um processo não custodial para criar transações na CoinJoin.
Por meio da implementação do CoinShuffle++ na carteira DCR, endereços com transações de saída são completamente anônimos, para que nenhum dos pontos ou o servidor possa dizer que transação de saída pertence a qual ponto.
Com esse acréscimo, DCR entra para uma lista de outras moedas que usam recursos de privacidade parecidos. Monero (XMR) também possui esse tipo de recurso desde o lançamento da versão 0.14.1.
Em outubro de 2019, cerca de 15% das aquisições de ingressos usaram transações privadas e a configuração total de anonimidade está em 7,5% de todos os DCRs em circulação.
Em dezembro de 2019, CoinShuffe++ realizou 1,74 milhões de transações de saída, ou 16,1% de todas as quantias de transações não gastas (UTXOs, do inglês “Unspent Transaction Outputs”) e privadas com DCR por um período de mais de três meses.