Vivo não é imune ao coronavírus, mas está fora do grupo de risco
A temporada de balanços do primeiro trimestre mal terminou, e os analistas já tentam antecipar o que se passou com as empresas nos três meses seguintes. É o caso do Credit Suisse, que divulgou um breve relatório revisando algumas estimativas de desempenho da Vivo (VIVT4).
Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba, que assinam a análise obtida pelo Money Times, afirmam que, como é de se esperar, o segundo trimestre deve ser negativo para a companhia, já que mesmo setores mais resistentes à pandemia de coronavírus não escaparão dos seus impactos econômicos.
O trio projeta uma queda de 7% nas receitas da Vivo, em relação ao segundo trimestre de 2019, e de 1% sobre o início de 2020. O ebitda também deve ser 2% menor na comparação anual, embora estável em relação ao primeiro trimestre, quando a geração de caixa cresceu 3,4% e somou R$ 4,5 bilhões.
Segundo o banco suíço, a Vivo também sofrerá no segmento de linha fixa, à medida que a transição da prestação de serviços de banda larga com cabos de cobre para cabos de fibra óptica ainda está em curso. Embora isso signifique que o negócio de fibra óptica deve apresentar mais um crescimento forte, o resultado líquido neste segmento deve ser negativo.
O Credit Suisse estima que o segmento de linha fixa registrará queda de 5% nas receitas, em relação ao mesmo período do ano passado, e de 4% sobre o começo de 2020, prejudicado pela redução dos clientes de voz e banda larga com cabos de cobre.
Imunidade
Já o segmento de telefonia móvel deve apresentar uma receita 4% menor em relação ao mesmo período de 2019. O motivo é uma queda projetada de 10% na receita do pré-pago e de 3% na de pós-pago.
Apesar dos números negativos que a empresa deve divulgar, o Credit Suisse afirma que não podemos perder de vista o quadro geral. “A Vivo não é imune ao Covid-19, mas, definitivamente, não está no grupo de risco”, afirma o banco. “Os custos menores compensarão a maior parte da contração das receitas, acarretando um pequeno declínio do ebitda.”
Os analistas observam ainda que os resultados gerais da companhia devem melhorar em 2021, e a esperada consolidação do setor de telecomunicações, com a Oi (OIBR3) saindo do mercado de telefonia e se concentrando em infraestrutura, pode melhorar o valor da Vivo.
Por tudo isso, o Credit Suisse reafirmou sua recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para as ações da Vivo, com preço-alvo de R$ 57 para os próximos 12 meses. Isso representa uma alta potencial de 18,5% sobre a cotação de fechamento desta quarta-feira (1).