Vivo mostra mais do mesmo, mas analista vê dividendo maior
A Vivo (VIVT4) anunciou um lucro líquido de R$ 3,166 bilhões no segundo trimestre de 2018, crescimento de 262,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com o ajuste para os efeitos não recorrentes, contudo, o resultado líquido ficaria em R$ 1,1 bilhão, avanço de 28,7% em relação ao ano passado. O número veio em linha com o estimado pelo BTG Pactual.
O lucro foi inflado, principalmente, pelo o trânsito em julgado no Superior Tribunal de Justiça, a favor da companhia, reconhecendo o direito de exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS e COFINS, de R$1,830 bilhão.
O Ebitda ajustado ficou em R$ 3,7 bilhões em um crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. O número veio 1% acima do projetado pelo BTG e em linha com o mercado. A receita operacional líquida ficou em R$ 10,817 bilhões, com avanço de 1,1% na passagem anual. Os números ficaram em linha com o mercado.
A receita de serviço móvel subiu 1,9%, para R$ 6,388 bilhões (em linha com o esperado), e a de dados e serviços digitais subiu 11,5%, a R$ 5,016 bilhões, e já representa 78,5% da receita de serviço móvel. A receita líquida fixa caiu 3,7%, para R$ 4,007 bilhões (1,5% abaixo do estimado), enquanto a receita líquida de aparelhos disparou 60,5%.
Análises
Segundo o BTG Pactual, a tendência de queda na telefonia fixa e as desconexões líquidas de pré-pago, que chegaram a 772 mil, têm segurado um desempenho melhor das receitas. A receita líquida do pré-pago recuou 16,6%. O banco manteve a recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 60.
Para o banco Safra, os resultados da Vivo foram neutros, com o crescimento da receita líquida chegando a um ponto de preocupação. A recomendação para as ações é de desempenho acima da média do mercado (outperform), com um preço-alvo de R$ 58.
“Por outro lado, o EBITDA continua registrando crescimento saudável na eficiência de custos. Embora o evento não recorrente seja um evento não-caixa, fortes ganhos contábeis devem permitir à Vivo aumentar os dividendos (e otimizar sua estrutura de capital)”, destacam os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória. Eles calculam um acréscimo de aproximadamente R$ 1,1 por ação na distribuição anual.
Já a XP Investimentos mantém uma visão neutra nas ações da companhia, “em razão de acharmos que os serviços de qualidade superior da companhia já estarem refletidos nos preços das ações”.