Vivara (VIVA3): Itaú BBA retoma cobertura com recomendação de compra e vê potencial de alta de 40% das ações
A “queridinha” entre as varejistas voltou para a lista de empresas acompanhadas de perto pelo Itaú BBA. O banco retomou a cobertura da Vivara (VIVA3) com recomendação de compra, depois de colocar a ação em revisão no início de julho.
O preço-alvo é de R$ 32, o que representa um potencial de valorização de 40,2% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (23).
Na avaliação dos analistas do Itaú BBA, o mercado já precificou mudanças significativas na administração da empresa nos últimos meses. Entre elas, o vaivém de Nelson Kaufman no comando da companhia.
“Reconhecemos os riscos de execução inerentes ao ajuste da estrutura societária; ainda assim, a Vivara continua sendo uma das histórias de crescimento mais convincentes em nossa cobertura, com sólidas perspectivas de longo prazo”, escreve a equipe liderada por Thiago Macruz.
As ações VIVA3 são negociadas a um múltiplo de 11x preço/lucro projetado para 2025, o que o Itaú BBA considera como um risco-retorno interessante.
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O que fez Vivara (VIVA3) voltar a brilhar?
Segundo o relatório, o principal objetivo de curto prazo da Vivara é melhorar e capturar a eficiência operacional, o que poderia gerar um acréscimo marginal interessante do retorno sobre o capital investido (ROIC), dado o limitado capital adicional investido necessário.
Para isso, a companhia apresentou três pilares para o crescimento aos analistas do Itaú BBA, em uma reunião com o presidente Nelson Kaufman, e o COO (Diretor de Operações), Ícaro Borrello.
Em primeiro lugar, a administração vê oportunidades para fazer alguns ajustes nas marcas Vivara e Life — segmentos de prata da companhia —, com gestão da unidade de manutenção do estoque (SKU) baseada na clusterização de lojas.
A expectativa é de um aumento na cobertura de estoque, o que tem impacto no capital investido e pode impulsionar as vendas.
Contudo, na avaliação do Itaú BBA ainda é cedo para avaliar o efeito dessa iniciativa na produtividade das lojas.
O segundo pilar é a melhoria da eficiência em custos e despesas. Para os analistas, a maior parte das oportunidades de ganhos de eficiência está nas despesas com pessoal (principalmente nas áreas corporativas), marketing e comissões.
A estimativa do BBA é que essas iniciativas poderiam gerar entre R$ 50 e R$ 70 milhões em lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) anual — “o que não está totalmente refletido em nossas estimativas”, diz o relatório.
O banco também destaca o foco da Vivara no plano de expansão da bandeira Life, com a expectativa de abertura de 120 lojas entre 2024 e 2025, além da verticalização da produção de produtos da marca — sendo esse o terceiro pilar de crescimento.
Os analistas avaliam que o foco da administração na melhoria das capacidades internas significa que os projetos estruturais – incluindo a aceleração da internacionalização para outros países da América Latina – não são uma prioridade por enquanto.
Neste ano, a empresa deve abrir uma pequena loja no Panamá, mas o Itaú BBA não espera que os projetos de expansão para além do Brasil ganhe força até o segundo semestre de 2025.