Educação

Vitru (VTRU3) confirma a contratação de bancos para ‘analisar potenciais oportunidades’; Yduqs (YDUQ3) e Cruzeiro do Sul (CSED3) estão no radar

24 set 2024, 18:45 - atualizado em 24 set 2024, 18:45

A companhia de educação Vitru (VTRU3) confirmou a contratação dos bancos Itaú BBA e do UBS BB para encontrar um potencial comprador ou um potencial sócio em operação de fusão. 

Em comunicado ao mercado, a companhia disse, porém, que até o momento “não celebrou qualquer memorando de entendimentos ou outro documento similar ou vinculante sobre o tema”. 

Mais cedo, o portal Pipeline, do Valor Econômico, informou que tratativas para a fusão entre a Vitru e a Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3) estavam na mesa, com assessoria do BTG Pactual. 

A Yduqs (YDUQ3) também teria entrado no radar da companhia. Neste caso, a Vitru teria interesse na aquisição da companhia. 

Vale ressaltar que a Vitru tem entre os principais acionistas fundos como SPX, Carlyle, Vinci, Crescera e 23S. A família Zaher e a Advent são acionistas de referência da Yduqs e a Cruzeiro do Sul é investida do GIC.

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Os bônus (e ônus) das operações potenciais da Vitru 

Na avaliação da Ativa Investimentos, a possível aquisição da Vitru pela Yduqs apresenta tanto oportunidades quanto desafios significativos. 

“Se concretizada, a fusão resultaria em uma empresa com mais de 30% de participação no mercado de educação a distância, abrangendo cerca de 1,4 milhões de alunos, o que reforçaria a posição da Yduqs nesse segmento estratégico e de alta margem”, diz o relatório. 

Por outro lado, para obter a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), as companhias seriam sujeitas a desinvestimentos. 

Além disso, a corretora avalia que um aspecto crítico seria o preço da operação. Nos últimos meses, o setor de educação tem passado por uma desvalorização acentuada das ações. 

Os papéis da Vitru (VTRU3) acumulam queda de mais de 31% no ano. Yduqs (YDUQ3) despenca 55% e Cruzeiro do Sul (CSED3) cai cerca de 34% desde janeiro. 

“A Vitru provavelmente exigirá um prêmio em relação ao seu preço atual, o que implica um valuation superior ao que o mercado atualmente atribui à educação a distância da Yduqs”, escrevem os analistas da Ativa. 

“Consideramos que, ao menos que a aquisição se dê por meio de troca de ações, o crescimento da alavancagem da Yduqs em um cenário de juros subindo e histórico negativo de M&A’s (fusões e aquisições) no setor de educação será mal recebida pelo mercado.”