Internacional

Vitória de Biden acalmaria mercados emergentes, dizem analistas

30 jul 2020, 10:43 - atualizado em 30 jul 2020, 10:43
Joe Biden
(Imagem: Facebook/ Joe Biden)

Uma vitória de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos poderia reduzir os níveis de estresse entre operadores de mercados emergentes, segundo analistas, pois a retomada das relações comerciais EUA-China diminuiria a volatilidade que tem afetado os preços dos ativos.

“É menos provável que investidores acordem de manhã com tuítes dizendo que as tarifas foram impostas e depois retiradas, e impostas novamente”, disse David Loevinger, analista do TCW Group, em Los Angeles. “Haverá menos volatilidade das políticas e mais certeza.”

A presidência de Donald Trump em si não aumentou a volatilidade em mercados emergentes, mas o eterno vaivém nas conversas com a China, sim.

A volatilidade implícita para moedas de países em desenvolvimento disparou em julho de 2018, quando os EUA impuseram as primeiras tarifas sobre produtos da segunda maior economia do mundo. Depois disso, a taxa oscilou a cada reviravolta na disputa, antes de cair para o menor nível em cinco anos em janeiro com o acordo comercial de primeira fase.

Então, veio a pandemia de coronavírus.

A volatilidade dos mercados pode aumentar novamente com a proximidade das eleições nos EUA e o avanço da pandemia.

Ganhando terreno

Outras pesquisas de opinião divulgadas no domingo mostraram eleitores inclinados ao candidato democrata em Michigan, Flórida e Arizona, três estados-chave onde Trump venceu em 2016.

Embora os mercados possam evitar o risco nos dois meses anteriores às eleições nos EUA, uma vitória de Biden e “uma abordagem mais sistemática e diplomática das relações” podem beneficiar a China, de acordo com estrategistas do Citigroup Global Markets, que incluem Dirk Willer. Para dar mais opções de investimento ao mercado, Biden precisaria remover as tarifas sobre a China, segundo o Citi.

“Isso pode diminuir a volatilidade dos preços dos ativos, e não apenas para a China”, escreveram.

O investimento direto dos EUA em vários países emergentes caiu para uma média anual de US$ 94 bilhões entre 2017 e 2019 em relação aos US$ 280 bilhões nos três anos anteriores, em linha com a política “America First” do governo Trump. Uma vitória de Biden poderia reverter essa tendência, disse o Citi.

Índia e Cingapura podem estar entre os principais vencedores, enquanto Brasil e México enfrentariam uma relação mais complicada com Biden, escreveram os estrategistas.

Um governo de Biden provavelmente teria como objetivo formar alianças políticas com a Europa e apresentar uma frente mais unida com a China, disse Win Thin, responsável global de estratégia cambial da Brown Brothers Harriman & Co., em Nova York.

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bloomberg@moneytimes.com.br

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