Internacional

Visita de Blinken ao papa redefinirá laços entre Vaticano e EUA após governo Trump

24 jun 2021, 14:33 - atualizado em 24 jun 2021, 14:33
Antony Blinken
Quando Antony Blinken se encontrar com o pontífice e autoridades do Vaticano na segunda-feira, a visita do novo secretário de Estado norte-americano colocará as relações entre os EUA e a Santa Sé em uma nova página (Andrew Harnik/Pool via REUTERS)

Na última vez que um secretário de Estado dos Estados Unidos visitou o Vaticano, faíscas diplomáticas voaram e o papa Francisco se recusou a receber Mike Pompeo.

Quando Antony Blinken se encontrar com o pontífice e autoridades do Vaticano na segunda-feira, a visita do novo secretário de Estado norte-americano colocará as relações entre os EUA e a Santa Sé em uma nova página.

Também será uma base para a visita de Joe Biden, o segundo presidente católico dos Estados Unidos, ao papa, prevista para outubro.

A viagem de Blinken ocorre após uma conferência cujos bispos católicos dos EUA votaram para redigir uma declaração sobre a comunhão que pode repreender políticos católicos, incluindo Biden, que apoiam o direito ao aborto apesar de se oporem pessoalmente à prática.

A visita de Pompeo em setembro do ano passado foi considerada amplamente um erro diplomático.

Ele irritou o Vaticano antes de chegar lá, dizendo no Twitter e em um editorial que a Santa Sé estava “colocando em risco sua autoridade moral” ao continuar um acordo bilateral com a China sobre a nomeação de bispos naquele país.

Pompeo publicou o editorial em um jornal católico conservador que tem sido altamente crítico do papa Francisco e cujo editor em 2019 escreveu uma longa crítica intitulada “Um Papado Fracassado”.

“Pompeo fez um gol contra em relação à China. A maneira como a abordou de forma brusca e arrogante tornou mais fácil para o Vaticano justificar a renovação do acordo”, disse Massimo Franco, colunista do jornal italiano Corriere della Sera, que reportou extensivamente as relações EUA-Vaticano.

“O governo Biden será muito mais sutil ao lembrar o Vaticano sobre a liberdade religiosa na China”, disse Franco à Reuters.