Visibilidade Trans e diversidade: dicas para quem quer trabalhar com tecnologia e vagas em programa de trainee
Dia 29 de janeiro se tornou uma data fundamental na luta das pessoas trans, conhecido como Dia da Visibilidade Trans. Essa data é marcada por essa celebração, pois, em 2004, ocorreu a primeira mobilização organizada LGBTQIA+ para reivindicar os direitos dessa parte da população, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Nesse sentido, apesar das conquistas adquiridas e da visibilidade que a pauta ganhou, o caminho a percorrer ainda é longo. Luiza Araújo, analista de dados na idwall, conta como é trabalhar no segmento de tecnologia. Para ela, sua melhor decisão foi investir na transição de carreira para essa área. Até 2018 ela trabalhava como cozinheira em restaurantes estrelados e cruzeiros, mas nunca teve sucesso em crescer nesse setor por conta da transfobia.
Foi entre 2018 e 2019 que começou a estudar Python por conta própria e depois, entrou na Reprograma, uma bootcamp de programação gratuita para mulheres. Quando finalizou o curso, entrou na idwall como data assistant em julho de 2019. Em um ano de empresa foi promovida a analista de dados júnior. Em 2020, iniciou sua graduação em Estatística, algo que anteriormente lhe parecia impossível de conseguir.
Luiza relata que antes não fazia ideia de como funcionava um convênio médico e o vale refeição, por exemplo, porque trabalhava muito e ganhava pouco. Assim, ela ressalta, além dos desafios de carreira, como a tecnologia possibilitou a ela um conforto financeiro que viabilizou maiores cuidados com a sua saúde física e mental e investimento nos seus estudos. Ela ainda destaca que, como o mercado carece de mão de obra, tem-se uma competitividade entre as empresas para melhor compensar os profissionais.
Desse modo, crescer cada vez mais na área é o que busca hoje a profissional. “Olho para trás e sinto muita gratidão por hoje poder realizar coisas incríveis e ser ouvida no meu trabalho, sinto que faço parte das soluções realizadas pela empresa. Isso pode parecer básico para muitas pessoas, mas quando se é uma pessoa trans/travesti significa muito”, destaca Araújo.
Por fim, Luiza dá as seguintes dicas para quem quer trabalhar com tecnologia:
1. “Não existe essa coisa de ‘não sou boa em matemática’. Você pode precisar ou não da matemática na sua área, mas permita-se ter uma conexão com esses estudos de uma forma que não seja aquela que te apresentaram na escola”, destaca ela.
2. “Tenha claro na sua cabeça que você é capaz de tudo, desde que você se comprometa. Meritocracia não existe, mas nessa área temos muitas oportunidades de entrada e muito conteúdo gratuito na internet. O caminho precisa ser agradável, não adianta fazer um curso que tem uma didática que você não se dá bem. Tem gente que prefere aprender por livros, outros por vídeo, outros com professor em uma sala de aula. Descubra como é melhor para você”, aconselha Luiza.
3. “Permita-se a testar áreas. Veja um pouco de frontend, um pouco de backend, talvez programação voltada a dados. Assista vídeos no Youtube de profissionais, cursos gratuitos, etc. No começo tudo parece muito confuso, mas continue, você vai se encontrar e criar raízes”, finaliza a analista de dados júnior.
Oportunidade para começar
A idwall, empresa referência de mercado em soluções integradas e inteligentes de onboarding digital, abriu as inscrições para o programa de Trainee Xperts, voltado para quem está estudando tecnologia e/ou busca uma transição de carreira.
Porém, não é preciso ter nenhuma graduação específica para concorrer às vagas, apenas conhecimento em lógica de programação e/ou saber desenvolver em uma linguagem (Java, Javascript e Phyton). Pessoas trans, pretas, acima de 40 anos e mulheres têm prioridade. As inscrições vão até 14/02 através do site.
O modelo de trabalho será híbrido com 3 dias da semana (terças, quartas e quintas-feiras) no escritório em São Paulo e 2 dias da semana (segundas e sextas-feiras) em home office. O programa de formação tem duração de um ano e meio e traz um treinamento inicial da usabilidade das soluções e produtos da empresa, além de um aprofundamento técnico sobre as ferramentas, regras de negócio e outros serviços de sustentação.
Além de remuneração compatível com mercado de tecnologia, a idwall oferece ainda plano de saúde e plano odontológico, terapia online, Gympass, flexibilidade para os funcionários usarem R$ 1.010 reais mensais nos benefícios que preferirem – de vale alimentação e vale refeição, até serviços de saúde ou cultura -, e uma política de incentivo a treinamentos, cursos ou eventos em que a empresa arca com até 80% do valor.
O Xperts conta com treinamentos comportamentais que garantem que os candidatos saiam do programa mais autônomos, protagonistas e com um maior autoconhecimento. Ao final, os participantes podem optar por permanecer e seguir crescendo em seu time ou migrar para outras áreas da empresa. Para realizar a capacitação, a empresa conta com treinamentos orquestrados por squads internas, treinamentos externos adaptados e cursos em plataformas EAD.