Vírus empurra ouro para maior ganho trimestral desde 2016
O ouro pode fechar junho com o maior ganho trimestral desde 2016 em meio à maior demanda por ativos considerados seguros devido ao contínuo avanço da pandemia de coronavírus.
A demanda por ouro tem aumentado com as novas ondas de infecções por coronavírus.
A Organização Mundial da Saúde alertou que o pior da pandemia ainda está por vir devido à falta de solidariedade global. As mortes ultrapassam 500 mil no mundo todo, e os casos confirmados já somam mais de 10 milhões.
Há também maior tensão geopolítica depois que o principal órgão legislativo da China aprovou uma lei histórica de segurança nacional para Hong Kong, uma tentativa de conter a dissidência, mas que pode resultar em retaliação dos Estados Unidos e reduzir o apelo da cidade como centro financeiro.
O governo Trump disse anteriormente que iria suspender regulamentos que permitem tratamento especial a Hong Kong para questões como exceções para licenças de exportação.
O metal precioso acumula alta de 17% desde janeiro. A crise de saúde levou a uma onda de estímulos por parte de governos e bancos centrais, na tentativa de minimizar os danos à economia global. Investidores também continuam a apostar em fundos de índice garantidos por ouro, com as posições em nível recorde.
“Baixas taxas de juros, políticas monetárias e o coronavírus estão em jogo”, disse Howie Lee, economista do Oversea-Chinese Banking, em Cingapura.
“O nível de US$ 1.800 é um obstáculo psicológico. Nos preços atuais, vemos o ouro ultrapassando os limites do que nosso modelo implica como valor justo; portanto, podemos precisar de um colapso maior nos juros dos Treasuries para que o ouro ultrapasse o nível de US$ 1.800.”
O ouro à vista era negociado praticamente estável a US$ 1.772,84 a onça às 8h16 em Londres. Os preços acumulam alta de 12% nos três meses encerrados em 30 de junho, marcando sete trimestres consecutivos de ganhos, o maior período de valorização desde 2011. Os contratos futuros de ouro eram negociados a US$ 1.787,20 a onça na Comex, perto de US$ 1.800.