Virando a chavinha: Copom e as perspectivas do mercado, dividendos bilionários, ChatGPT e outros destaques do dia
Expectativas são traiçoeiras. Até pela dificuldade de equilibrá-las com a realidade e todas as suas nuances. Isso sem contar as tentações do viés de confirmação.
Quando muito positivas, as expectativas podem nos levar a subestimar situações perigosas. Se demasiadamente negativas, nossos olhos se fecham para qualquer réstia de sol e demoramos a despertar para uma realidade nova e melhor — ou menos pior.
Pois o mercado financeiro brasileiro atravessa agora um momento de mudança de perspectivas. Se elas estavam muito negativas no início do ano, o PIB do primeiro trimestre abriu os olhos dos investidores para um novo momento.
Não estamos diante de nenhum “espetáculo do crescimento”, pelo menos aparentemente. Mas também não havia um alçapão no fundo do poço.
Um retrato dessa mudança salta aos olhos na mais recente edição da pesquisa Focus, divulgada ontem. As projeções para a inflação vinham em queda acelerada. Já a perspectiva para o PIB atravessava um período de ajustes para cima. Ambos os movimentos se mantiveram ontem.
O que mudou foi a estimativa para a taxa Selic ao fim de 2023. Depois de muita resistência, ela finalmente cedeu. Passou a sinalizar, inclusive, que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) já dispõe dos argumentos para antecipar um aguardado ciclo de corte dos juros.
Foi esse cenário, somado ao recuo do dólar, que permitiu ao Ibovespa subir quase 1% no pregão de ontem à revelia do feriado que manteve fechadas as bolsas de Nova York.
Hoje, o Copom dá início a mais uma reunião de política monetária. O resultado será anunciado amanhã. Há um consenso entre os participantes do mercado de que a taxa Selic não será reduzida. Ainda. Mas é grande a expectativa de que o BC finalmente mude a chavinha para que o alívio monetário se inicie.
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O que você precisa saber hoje
ESQUENTA DOS MERCADOS
Bolsas internacionais oscilam após corte moderado de juros na China; Ibovespa acompanha IGP-M e primeiro dia de Copom. Por aqui, a cautela deve prevalecer com a reunião do Comitê de Política Monetária, que deve divulgar a decisão sobre a Selic amanhã.
VENDEU E ALUGOU
Passa-se o ponto: Grupo Pão de Açúcar se desfaz de 11 lojas próprias por R$ 330 milhões. A transação se deu no formado sale and leaseback, ou seja, o GPA vai vender as lojas, mas alugá-las depois. Entenda o motivo da venda.
TÍTULOS DE DÍVIDA
MRV (MRVE3) quer levantar até R$ 320 milhões com emissão de CRIs. O conselho de administração da companhia aprovou a emissão de duas séries de títulos lastreados pela carteira pró-soluto. Veja a remuneração oferecida pela construtora.
DINHEIRO NO BOLSO
JBS pagará R$ 2,2 bilhões em dividendos na semana que vem; Itaúsa aprova distribuição de JCP. O conselho de administração do frigorífico autorizou a distribuição bilionária para quem estiver na base acionária na próxima quinta-feira (22).
IA NO MERCADO DE AÇÕES
Multiplicando bilhões: como o ChatGPT está deixando os ricaços com mais dinheiro ainda. As pessoas mais ricas do mundo viram suas fortunas crescerem mais de US$ 150 bilhões graças a ferramentas de linguagem inteligente, segundo cálculos do Insider.
Uma boa terça-feira para você!