Consumo

Vinícolas europeias apostam em vinho produzido na China

06 nov 2019, 17:43 - atualizado em 06 nov 2019, 17:43
Os vinicultores tentam reinventar um setor com reputação de vinhos de má qualidade produzidos em escala industrial (Imagem: Pixabay)

Enquanto a China comemorava o 70º aniversário do Partido Comunista com um desfile em Pequim no mês passado, ao lado das exibições obrigatórias de tanques e mísseis nucleares havia uma vitrine de seus tesouros culturais.

Entre carros alegóricos elaborados, pandas gigantes e mulheres dançando em trajes locais, havia uma mostra da província de Ningxia, no norte do país, adornada com uvas e barris de vinho – para representar os vinhedos premium da região.

Talvez seja apropriado que as vinícolas do país tenham sido exibidas em um dia dedicado ao “Grande Rejuvenescimento da Nação Chinesa”.

Os vinicultores tentam reinventar um setor com reputação de vinhos de má qualidade produzidos em escala industrial. Com a desaceleração da economia resultante da guerra comercial, as vinícolas apostam no patriotismo para convencer consumidores locais a apreciarem o vinho “Made in China”.

Desde as encostas secas e de alta altitude de Ningxia até as colinas temperadas e costeiras de Shandong, vinicultores chineses lentamente tornam sua presença conhecida no mundo do vinho.

E as mais respeitadas vinícolas da Europa também lançam apostas: a Rothschild, cujo Chauteau Lafite é cobiçado pela elite chinesa como símbolo de status, lançou recentemente sua primeira safra produzida na China.

O momento é agora, dizem defensores, para apreciar o bom vinho da China. Especialistas apontam para o enorme potencial dos jovens de classe média já maduros para se interessar por vinhos de qualidade.

A demanda – estimada em US$ 17,3 bilhões até 2021 – também pode receber um impulso de uma tendência nacionalista por marcas locais.

Mas, embora o tamanho do mercado consumidor torne a perspectiva promissora, o vinho produzido na China enfrenta uma batalha difícil.

Há muito tempo existe o debate sobre vinhos locais contra estrangeiros e algumas garrafas premiadas podem não ser suficientes para transformar as regiões vitícolas da China no novo Napa Valley.

“O fato de ser da China normalmente joga contra um bom vinho por causa do histórico do país de produzir vinhos medíocres ou abaixo do padrão por um longo tempo”, disse Jeannie Cho Lee, uma Master of Wine com sede em Hong Kong. Ainda assim, “o nível de compreensão e valorização do vinho na China realmente aumentou muito.”

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.