Vinho nordestino assume maioridade com indicação de procedência geográfica
Que a fruticultura irrigada do Nordeste já é de domínio geral, praticamente não há dúvida entre os consumidores. Que a viticultura fina também é uma realidade, poucos sabem, inclusive entre os líderes mundiais da bebida produzida em zonas tropicais. Agora, se acresceu uma de espécie de denominação de origem oficial.
As Embrapas Uva e Vinho e Semiárido, mais produtores – alguns que também produzem no Rio Grande do Sul -, incluídos no VinhoVasf, entre outros, conseguiram o reconhecimento da Indicação de Procedência Vale do São Francisco, depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O trabalho que começou lá atrás, com os primeiros vinhos e espumantes produzidos em 1985, por José Gualberto de Freitas Almeida, viticultor de Sertânia, ganhou impulso a partir de 2003, com apoio na tecnologia de cultivares apropriadas ao sertão e na produção industrial.
Como a uva de mesa já era presente desde que se constituiu o polo produtor irrigado, especialmente no eixo Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e hoje é um dos motores das exportações locais ao lado das mangas, entre outras, a produção de vinho foi o passo seguinte.
A 11ª indicação geográfica brasileira de vinhos traz expectativa de valorização do produtos das vinícolas da região tanto internamente, quanto no canal exterior, se aproveitando, junto com o novo rótulo, das expectativas de enólogos e interessados na viticultura tropical de desenvolvimento 100% nacional.