Videogame ucraniano utiliza seus jogadores para invadir e derrubar sites russos
O conflito entre Rússia e Ucrânia tem mexido não apenas com o cenário geopolítico, mas também com empresas, organizações internacionais e, também, milhares de civis ao redor do mundo.
Em forma de protesto contra a invasão de Vladimir Putin, desenvolvedores ucranianos criaram o jogo on-line “Play for Ukraine”, onde os jogadores podem ajudar a invadir sites relacionados ao estado russo e mídias simpatizantes.
Ao estilo do famoso jogo “2048” – onde peças com valores iguais devem ser somadas até chegar a um número maior – o game matemático utiliza o movimento de seus jogadores para contribuir em ataques DDOS (em inglês, Dedicated Denial of Service).
O que é um ataque DDOS?
Esse tipo de ataque, também conhecido como ataque de negação de serviço distribuído, utiliza o limite de processamento de uma rede enviando múltiplas solicitações para o recurso web até travar sua infraestrutura de dados, tornando o inacessível.
Em ataques como DDOS, normalmente, são utilizados malwares para invadir computadores que têm suas atividades redirecionadas para o envio de solicitações ao alvo do ataque.
Entretanto, no caso do jogo “Play for Ukraine”, ao invés de invadir os computadores, os movimentos dos jogadores são direcionados para um servidor-alvo – que será vítima da invasão virtual.
Mesmo sem divulgar os nomes dos sites que estão sendo alvejados digitalmente, os desenvolvedores dos games relatam diversos casos de sucesso por meio da página oficial do jogo no Twitter.
Another bank is following the Russian warship.
Join our Telegram channel to see all the targets reached: https://t.co/yMYRy4jqyo#StopRussia #StopWarInUkraine #CancelRussia #PlayForPeace #cyberwar pic.twitter.com/GueyRPUe3V
— playforukraine (@playforukraine1) March 19, 2022
Uma guerra tecnológica
Em declaração à BBC, Victor Zhora, vice-chefe do Serviço Estatal de Comunicações Especiais e de Proteção de Informações da Ucrânia, declarou que Rússia e Ucrânia estão vivendo uma “guerra híbrida”, já que os países têm enfrentado conflitos militares e virtuais simultaneamente.
Pouco antes, no início de fevereiro, vice-primeiro-ministro ucraniano Mykhailo Fedorov pediu à população de desenvolvedores ucranianos que se unissem para formação de um “exército de tecnologia”.
Na ocasião, o líder político afirmou que o país deveria se preparar para operações defensivas e ofensivas contra a Rússia e seus sistemas de informação.
Além do “Play for Ukraine”, outros sites, aplicativos e recursos virtuais estão surgindo em meio à guerra no leste europeu. Empresas e cooperativas de tecnologia também estão trabalhando na criação de aplicativos de segurança pública, ajuda humanitária e ciberdefesa.