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Videogame da Apple, tablet da Microsoft, esnobada do Yahoo!: Veja o que os vacilos das grandes empresas ensinam

29 abr 2023, 12:18 - atualizado em 29 abr 2023, 12:18
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Apple, Microsoft, Yahoo!, Blockbuster… gigantes já erraram feio, mas você pode aprender com isso (Imagem: Pixabay/ Arek Socha)

Você já teve alguma ideia que julgou ser ótima e que ninguém tinha pensado antes? Levou para frente ou desistiu, porque achou que não comprariam seu produto? Ou que já existiam opções demais no mercado e por isso abriu mão? Depois de abrir mão, talvez você tenha sonhado com a possibilidade do “e se?”…

Um outro caso são os que colocam em prática e, mesmo que todos digam que não vai dar em nada, insistem e investem. E o que vem disso são grandes produtos e grandes projetos que dariam belos filmes de ficção, mas que são histórias reais.

Hoje vamos ver algumas ideias que muitos não compraram e que se tornaram sensacionais e gigantescas, mesmo quando os grandes líderes do segmento pensaram que iria dar errado, mas que deu muito certo!

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Pippin da Apple versus Xbox da Microsoft: A guerra dos consoles

Na trave: Console Pippin foi lançado pela Apple em 1995. A ideia era usar o console como o sistema operacional da maçã e o mesmo seria algo entre o mundo dos videogames e da tecnologia (Imagem: Wikimedia/ Evan Amos)

O ano era 1990 e Nintendo e Sega eram as principais empresas do mercado de videogames. Quer seja em jogos, quer seja em consoles. Alguns anos depois, o tão famoso PlayStation veio para o disputar o mercado. Sendo assim uma empresa do ramo de tecnologia também decidiu lançar o seu console.

O console veio em parceria da gigante Apple com a Bandai e se chamava Pippin. Ele foi lançado em 1995 no Japão e nos EUA, mas foi descontinuado apenas um ano depois, em 1996. Após 100 mil unidades fabricadas, as empresas venderam apenas 42 mil.

Ponto para Bill Gates: Microsoft acreditou no projeto abandonado pela Apple e, hoje, o Xbox já vendeu mais de 50 milhões de unidades (Imagem: Wikipedia/ Evan Amos)

A ideia era usar o console como o sistema operacional da maçã e o mesmo seria algo entre o mundo dos videogames e da tecnologia. A empresa abandonou o projeto por não acreditar que teria futuro e valeria o investimento para tentar uma nova leva no mercado.

O console era caro e tinha poucas opções. Sendo assim, morreu em pouco tempo. Mas o que isso tem a ver com a ideia de acreditar em projetos?

Pulamos para o ano de 2023, e hoje existem duas líderes de mercado no ramo de consoles, a Sony, já na edição 5 do PlayStation, e em segundo lugar, o Xbox, que já vendeu mais de 50 milhões de unidades em sua história e faz parte de um ecossistema (adivinhem só): de uma empresa de tecnologia, a Microsoft. Ela acreditou na ideia que Apple lançou, mas investiu. Ponto para a Microsoft.

Tablet da Microsoft x iPad da Apple: a bobeada de Bill Gates

Tudo são flores para a Microsoft? Não. Ela também errou ao abandonar uma ideia. No dia 25 de outubro de 2001, a edição mais famosa do Windows foi lançada, o Windows XP. Ela foi apresentada por Bill Gates, e sua apresentação para o mercado foi usando um novo tipo de PC, o tablet PC.

Assista ao lançamento do Tablet PC da Microsoft em 2001.

O fundador segurava uma espécie de lousa touch screen para uso do sistema. Em parceria com a HP, a Microsoft lançou esse computador de mão dois anos depois, em 2003. Era possível usá-lo com o auxílio de uma caneta digital em sua tela touch.

Eles nunca foram de fato muito aceitos pelo público e, na época, com as vendas baixas, a Microsoft não investiu mais no marketing e deixou esquecerem o projeto. A Microsoft nunca, de fato, abraçou a comercialização nesse formato. A Apple, alguns anos depois, acreditou no projeto e lançou o produto, que dispensa apresentações: o famoso iPad. O aparelho que popularizou o formato no mundo e é até hoje o mais vendido na categoria.

Ponto para Steve Jobs: a Microsoft nunca, de fato, abraçou a comercialização do formato tablet. A Apple, alguns anos depois, acreditou no projeto e lançou o produto, que dispensa apresentações: o famoso iPad (Imagem: YouTube/ Apple Channel)

Yahoo! esnoba o Google, e seus criadores agradecem

No dia 04 de setembro de 1998, dois jovens desenvolvem um produto num projeto universitário. Um site de buscas, em que a indexação era feita de uma forma diferente do que os líderes de mercado faziam na época, em especial o Yahoo!.

Larry Page e Sergey Brin desenvolveram o projeto e, após verem seu potencial, tentaram vendê-lo para o Yahoo! por 1 milhão de dólares, mas a empresa não aceitou por não ver que a inovação que propunham de fato seria a tendência para o mercado no futuro.

O portal desdenhado pela gigante da época se tornou sinônimo de buscas no mundo. No último ano, a receita do Google foi de 282 bilhões de dólares. E alguém se lembra do Yahoo! ?

Blockbuster dispensa a… Netflix!!!

Menção honrosa. No ano de 2000, uma empresa resolveu inovar e enviar seus filmes como locadora pelo correio. Ofereceu o projeto para a Blockbuster, então a maior rede de locação de filmes do mundo, e ouviu a mesma resposta que os fundadores do Google. Aquilo não seria tendência para o futuro.

A Blockbuster encerrou as operações de locação em 2014, e o nome hoje pertence à Viacom, empresa de entretenimento que tem em seu catálogo canais como Nickelodeon e MTV.

A empresa que ouviu o sonoro “não” era a Netflix, que passou do da locação por correios para locação direta em seu site com a popularização da banda larga e assim a possibilidade de qualidade para assistir vídeos online. Na época, pediram “apenas” 50 milhões de dólares pela companhia funda em 1997 por Marc Randolph.

Podemos concluir, assim, que talvez não aceitarem um produto ou uma ideia não necessariamente significa que ela seja ruim, ou que não dará certo. Empresas erram e acertam e, muitas vezes, voltam a um projeto e veem de uma outra forma mais madura o que fizeram no passado e funciona.

Mas o mais interessante é que talvez sua ideia, que você esteja pensando nesse momento, que não irá dar em nada, pode ser a próxima Netflix ou o próximo Google. Mesmo que você ouça “não” de quem tem o know-how na área, não significa que é o fim dela. Qual sua ideia hoje?

* Jonatas Souza é analista de suporte na Empiricus, entusiasta em resolver problemas de TI, desenvolvedor Python e Java e escritor de ficção por hobbie. Possui dois livros publicados e o terceiro em desenvolvimento.