Victor Marques: 3 áreas que investidores devem ficar de olho em 2022
Startups brasileiras captaram mais de R$ 50 bilhões no ano passado, com destaque para as fintechs. Em 2022, o volume de investimento deve continuar alto e é válido entender os segmentos que devem atrair mais capital, já que os investimentos em Venture Capital costumam dar pistas sobre as tecnologias que farão parte de nossas vidas em alguns anos.
São as startups financiadas por esse capital que dão origem às facilidades que serão parte do cotidiano em um curto espaço de tempo.
Conheça os três segmentos que devem receber atenção especial em 2022:
Fintech
As fintechs já dominaram os investimentos em 2021, mas deverão continuar reinando absolutas em 2022. O Open Banking e o Open Finance prometem movimentar muito o mercado – com as soluções das startups ganhando papel de destaque à medida que a implementação de novas etapas ocorrerem.
Ainda, a regulamentação do open banking no Brasil impõe às instituições financeiras – independente do tamanho – que compartilhem informações entre si, caso requisitado pelo cliente. Assim, as fintechs poderão ter acesso a dados antes restritos, diminuindo a assimetria de informações, ganhando um grande potencial competitivo frente às grandes instituições.
Agro
O mercado de agtechs ainda possui uma volatilidade no número de investimentos e não apresenta um crescimento padrão no Brasil. No entanto, percebe-se uma oportunidade ao analisarmos o mercado internacional: foram mais de US$ 15 bi investidos nos últimos dois anos, e a tendência é que esse aumento ocorra também no Brasil – o mercado por aqui é gigantesco e ainda não tivemos nem o primeiro unicórnio do segmento, um indicativo de que ainda há muito espaço para crescer.
Com o interesse de gigantes multinacionais pelas startups do segmento, que desenvolvem tecnologias que podem avançar rapidamente seus negócios, o segmento deve atrair investimentos significativos em 2022.
Outra motivação para o crescimento dos investimentos deve ser a maior facilidade para o surgimento e crescimento de agrofintechs, ou seja, fintechs que desenvolvam produtos financeiros especialmente para o agronegócio. É exatamente nessa intersecção que a TerraMagna está posicionada, a agtech já abriu 2022 recebendo investimento de US$ 220 milhões, liderado pelo Softbank – marcando também o primeiro investimento do fundo no segmento agro.
Metaverso
O metaverso divide opiniões: dos que não acreditam que o conceito se tornará realidade, passando pelos que dizem que levará muito tempo para se tornar realidade, chegando aos que veem o metaverso se tornando realidade – e parte do cotidiano da maioria das pessoas – em breve.
Independente dessas opiniões, uma coisa é certa: há muito interesse e hype sobre o assunto. Portanto, a única coisa que é garantida é que onde há interesse, há investidores dispostos a pagar o preço para ter a chance de fazer parte da construção das partes desse novo universo.
O metaverso promete revolucionar a maneira como nos comunicamos, trabalhamos e interagimos. Mas, para torná-lo realidade, bilhões de dólares devem ser investidos no segmento, incluindo: soluções de Realidade Virtual, Realidade Aumentada, pagamentos via criptomoedas e registros de propriedade (NFT).
Ainda que o todo do metaverso não se realize no curto-prazo, ou que o conceito falhe como um todo e seja inalcançável, algumas dessas soluções só terão sido desenvolvidas por conta da atenção e, consequentemente, do capital disponível para aperfeiçoá-las. E é nas soluções que compõem o todo que os investidores provavelmente focarão seus esforços – já que o preço de não fazer parte de uma revolução pode ser maior do que participar de uma iniciativa que não deu certo. Com tanta atenção, os investimentos no segmento devem decolar em 2022.
Enquanto as fintechs devem continuar em evidência em 2022, conquistando ainda mais espaço no portfólio dos investidores, outros segmentos começam sua jornada de crescimento em direção à relevância.
No Venture Capital aqueles que percebem mais cedo a tendência de crescimento de um mercado são os que mais rentabilizam com seus investimentos. Ou seja, quanto mais cedo a participação em uma startup é comprada, mais barata tende a ser sua participação, gerando maior multiplicação do capital investido no futuro.
A CapTable, maior hub de investimentos em startups do Brasil, captou mais de R$ 51 milhões, para 30 startups, somando 5500 investidores e mais de 8 mil investimentos em 2021. Em 2022 a CapTable continuará com sua missão de ser um hub da Nova Economia – permitindo acessar os negócios do futuro, hoje.