Internacional

Vice-presidente do BCE, minimiza expectativas para novos cortes de juros

09 out 2019, 9:47 - atualizado em 09 out 2019, 10:01
Euro Europa União Europeia
BCE levou sua taxa de depósito para território ainda mais negativo em 12 de setembro (Imagem: Reuters/Dado Ruvic)

O vice-presidente do Banco Central Europeu elevou nesta quarta-feira as condições para novos cortes nas taxas de juros, dizendo que os efeitos colaterais da política flexibilização do BCE estão se tornando mais tangíveis.

Em entrevista à Market News, Luis de Guindos também descartou uma “reviravolta” sob o comando da nova presidente do BCE, Christine Lagarde, e avaliou uma discussão pública entre as autoridades europeias sobre a decisão do mês passado de retomar um programa de compra de ativos no valor de 2,6 trilhões de euros.

O BCE levou sua taxa de depósito para território ainda mais negativo em 12 de setembro – aumentando efetivamente a cobrança sobre dinheiro ocioso dos bancos – e os investidores já precificaram um novo corte de juros até março do ano que vem.

Mas De Guindos jogou um balde água fria sobre tais expectativas.

“Minha impressão é de que -0,50% é o nível correto no momento e, quanto a qualquer outro corte, teremos uma boa e profunda discussão no Conselho do BCE”, disse ele.

“Embora possamos reduzir ainda mais as taxas de juros, os efeitos colaterais da política monetária estão se tornando cada vez mais evidentes e cada vez mais tangíveis”, acrescentou.

De Guindos também alertou para riscos à economia da zona do euro, como um Brexit difícil e uma escalada nas tensões comerciais globais.

Mas ele sinalizou que não há pressa em mudar o pacote de estímulo apresentado pelo BCE no mês passado, que inclui a promessa de comprar 20 bilhões de euros em títulos por mês “pelo tempo necessário”.

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