Vibra (VBBR3) sofre com fraudes e concorrência desleal para mistura de biodiesel
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A Vibra Energia (VBBR3), maior distribuidora de combustíveis do Brasil, afirmou nesta terça-feira (25) que seus resultados no segmento de diesel estão sendo prejudicados pela concorrência desleal de empresas que não estão fazendo a mistura obrigatória de 14% de biodiesel.
Segundo o vice-presidente executivo de Finanças, Augusto Ribeiro Júnior, a “não mistura do biodiesel” por parte de algumas distribuidoras prejudicou as margens da companhia, numa conjuntura em que o biocombustível está mais caro que o diesel.
O CEO da Vibra, Ernesto Pousada, acrescentou que o problema, que afetou os resultados do quarto trimestre, continuou nos primeiros meses do ano.
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“Já começamos a atuar, é problema recente. A ANP já fez autuações e estamos atuando em várias frentes”, disse Pousada em teleconferência para comentar os resultados trimestrais.
Um estudo recente do Instituto Combustível Legal (ICL) indicou que o ganho dos fraudadores com a não mistura é estimado em R$0,37 por litro, em mercados como São Paulo e Paraná.
Na semana passada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou nota afirmando que autuou e interditou cautelarmente três distribuidoras de combustíveis, e apontou que fraudes no cumprimento da obrigatoriedade da mistura constavam da investigação.
Procuradas, associações representantes de produtores de biodiesel e distribuidores de combustíveis não comentaram o tema imediatamente.
As questões sobre as fraudes surgem em momento em que o governo brasileiro suspendeu o aumento da mistura de biodiesel para 15% previsto para março, devido a questões relacionadas ao custo dos alimentos. O óleo de soja é a principal matéria-prima do biocombustível.
Pousada também afirmou que, à medida que a chamada monofasia de impostos do etanol passa a valer este ano, há expectativa de aumento da rentabilidade, já que a mudança tributária deve reduzir a sonegação.
Ele espera que a empresa ganhe margens e participação de mercado em etanol.
Melhora no 1º trimestre para Vibra
Os executivos disseram também que a Vibra registra neste primeiro trimestre uma rentabilidade bem acima do quarto trimestre, que foi afetado por maior oferta de combustíveis e demanda do agronegócio abaixo do esperado, além de eventos extraordinários.
O vice-presidente executivo de Finanças afirmou que a empresa foi buscar redução de despesas e melhor otimização de capital de giro para minimizar os impactos das dificuldades, que incluíram as questões relacionadas ao biodiesel.
Para o ano de 2025 completo, Pousada afirmou que as ambições incluem novos recordes de Ebitda e uma aceleração da desalavancagem “com crescimento de volumes e mantendo o nível de margens”.
A estratégia será adotada em momento em que as companhias lidam com um custo mais alto do capital, com a alta de juros.
“A companhia em 2025 vai voltar bastante sua atenção e foco em redução de custos… tenho bastante confiança que o resultado virá de ações que estão mais sobre o nosso controle”, acrescentou ele, observando que o desempenho do mercado está muito associado à economia.