Vibra Energia (VBBR3) aprova programa de recompra e ações sobem; BBI estima dividendos de 11,5%
A Vibra Energia (VBBR3) informou ontem (04) ao mercado a aprovação de programa de recompra de ações ordinárias, limitado ao valor total de R$ 1,2 bilhão em um prazo de até 18 meses. Em reação, as ações sobem no pregão desta sexta-feira (05), avançando 2,89%, a R$ 22,11, por volta das 15h.
Analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI apontam que o valor total anunciado implica um rendimento de 5%. Para o exercício de 2024, estimam um rendimento de dividendos de 11,5%, incluindo recompras.
O programa passa a valer a partir do dia 10 de julho de 2024 e visa a aquisição de ações ordinárias de emissão da própria companhia para manutenção dos papéis adquiridos em tesouraria, cancelamento ou alienação.
“As ações recompradas e mantidas em tesouraria podem, a critério da administração, ser usadas para cumprir obrigações decorrentes de planos de ações referentes à retenção de executivos, na forma aprovada por Assembleia Geral e pelo Conselho de Administração da companhia”, diz o comunicado.
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Segundo a empresa, a decisão de abrir um novo programa se baseia na percepção sobre o potencial de criação de valor.
A Vibra deve utilizar suas reservas de lucro para financiar o programa de recompra. O saldo da conta é de R$ 9,67 bilhões, afirma a companhia.
“A execução desse programa de recompra não afetará a capacidade de pagamento da companhia com relação às obrigações assumidas com seus credores, tampouco o pagamento de dividendos mínimos obrigatórios”, diz a Vibra, ressaltando que possui uma posição de liquidez confortável com um controlado nível de alavancagem, que suportaria a execução do programa.
Movimento da Vibra Energia é positivo?
Na avaliação do Itaú BBA, é bem-vinda a vontade da empresa de redistribuir o capital aos acionistas, que, considerando preço de fechamento de mercado de quinta-feira (04), seria cerca de 5% do valor total do mercado.
“O anúncio confirma a crença de que a administração vê o preço das ações como descontado e, portanto, vê as recompras como a melhor alternativa potencial em termos de alocação de capital no curto prazo”, comenta.
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O BTG Pactual pondera que, assumindo uma abordagem direta, em que a recompra anunciada de R$ 1,2 bilhão é realizada uniformemente ao longo de 18 meses, é razoável esperar que a empresa recompre aproximadamente R$ 400 milhões nos próximos 6 meses.
Segundo os analistas, isso, aliado à antecipação de juros sobre capital próprio (JCP) com base nos resultados de 2024 de R$ 521 milhões anunciados no fim de junho, totaliza R$ 920 milhões, ou aproximadamente 3,8% do valor de mercado da empresa.
Para o banco, isso é significativo por dois motivos principais:
- o JCP antecipado sugere uma alta confiança da administração em fortes níveis de lucratividade até o final do ano;
- a combinação desse fato com o programa de recompra mostra o estágio mais maduro da empresa. Após os investimentos feitos na Comerc, é provável que a alocação de capital da companhia seja mais conservadora no futuro próximo.
“Negociando a 10x P/L para 2024, assumindo margens Ebtida de R$153/m³ e uma confiança crescente nos retornos de caixa de curto prazo, temos uma recomendação de compra“.