Via (VIIA3) vai pedir recuperação judicial? “É improvável”, diz XP
Em um breve relatório divulgado na noite desta terça-feira (18), a XP Investimentos abordou um assunto inusitado: a Via (VIIA3), dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, estaria pedindo recuperação judicial? A gestora explica que, nos últimos dias, foi procurada por diversos investidores preocupados com uma eventual bancarrota do grupo de varejo.
O estopim da preocupação seriam boatos que começaram a circular recentemente sobre a empresa. Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, que assinam o comentário da XP, explicam que procuraram a companhia para esclarecer o assunto.
“Falamos com a empresa e ela nos enviou um documento onde relata a existência e circulação desta fake news, além de negar sua veracidade”, dizem, para acrescentar em seguida: “em nossa visão, vemos o pedido de recuperação judicial como improvável.”
O trio lista dois motivos para não se preocupar com a saúde financeira da Via. O primeiro é o alongamento do perfil da dívida, após recente renegociação. No fim de 2020, por exemplo, apenas 40% dos compromissos eram de longo prazo; agora, o percentual subiu para 78%. O segundo motivo é a posição de caixa, que “permanece sólida”, com R$ 1,6 bilhão.
Sinais contrários
A XP observa, ainda, que os últimos movimentos da varejista não sugerem dificuldades. “Em um cenário de uma potencial recuperação judicial, as companhias buscam fazer desinvestimentos para reforço de caixa, enquanto a companhia recentemente anunciou a aquisição da logtech CN.”
Os analistas atribuem os boatos à preocupação dos investidores com a provisão de R$ 1,2 bilhão para dívidas trabalhistas, anunciada no terceiro trimestre, e que devem ser pagas nos próximos anos. O cenário econômico negativo acrescentaria mais pressão.
Para não deixar dúvidas, a XP sublinha que não vê “nenhum indício da companhia estar em processo de pedido de recuperação judicial no momento.” De qualquer modo, a gestora manteve sua recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 10, devido a “um ambiente competitivo agressivo no segmento de e-commerce e um cenário macroeconômico desafiador para 2022.”