Via (VIIA3) perto de virar penny stock, fim do JCP e MP de Lula afeta fundos de investimento
Página virada, pelo menos essa é a sensação com a saída de agosto e a entrada de setembro no calendário da bolsa brasileira. Depois de um mês para esquecer, pendendo 5% de seu valor, o Ibovespa entrou no nono mês do ano com ânimo renovado puxado pelo PIB, que avançou 0,9% no 2º trimestre, bem acima das expectativas, e pelo salto da gigante mineradora Vale nesta sexta-feira (01).
Com o foco voltado para a agenda econômica em Brasília, a semana termina com muitas novidades para os investidores. A começar pela MP dos fundos exclusivos ou dos “super-ricos”, mas não para por aí, teve PL para o fim dos juros sobre capital próprio (JCP), MP sobre crédito fiscal e Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2024.
Para completar os dias incansáveis, assuntos corporativos de grande magnitude tomaram conta do mercado: crise da Via, 123 milhas em recuperação judicial, venda da The Body Shop pela Natura. E para além, Méliuz deu adeus à carteira teórica do Ibovespa, pelo menos até dezembro.
O cenário internacional não foi menos recheado com muitos indicadores fazendo preço nas bolsas globais. Nos Estados Unidos destaque para o Payroll, relatório de emprego preferido do Fed que mostrou certo enfraquecimento do mercado de trabalho por lá.
Mas não se preocupe se você perdeu algum giro do Mercado, trago agora os destaques da semana.
Ótima leitura e excelente final de semana.
Paula Comassetto
Giro do Mercado
Orçamento de 2024: Superávit previsto pelo governo é uma ficção, diz analista
O Produto Interno Bruto (PIB) divulgado ontem (01) surpreendeu o mercado ao mostrar um crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2023, bem acima das expectativas.
Para o analista Matheus Spiess, o resultado do PIB foi bom, mas ainda há muito a ser feito ao longo de 2023. A começar com o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024, que na visão dele “é uma peça de ficção”.
“Muitas coisas positivas precisam convergir para que a gente tenha superávit em 2024. É possível? É possível. É provável? Não é provável. São sempre cenários e probabilidades associadas”.
Ações da Via (VIIA3) flertam com o R$ 1: Hora de fugir?
Via (VIIA3) não vive um bom momento, os papéis da companhia despencam ladeira abaixo, com queda que passa dos 30% em agosto e de 60% em um ano. A ação chega cada vez mais próximo na casa de R$ 1.
Fernando Ferrer recupera que o início do problema começou em 2014, no começo do e-commerce no Brasil. Naquele momento, a Via (VIIA3) decidiu ir no sentido contrário de suas concorrentes ao separar sua operação física do online, o que acabou gerando muitos custos e uma ‘concorrência’ desnecessária dentro da própria empresa.
“A companhia está em um turnaround há bastante tempo e não tem conseguido solucionar esse problema. Justamente por que é uma companhia grande, que tem um faturamento relevante, players muito capitalizados e muito fortes entrando de vez no e-commerce e investindo bastante em logística, e ela, bem fragilizada, tem dificuldade em ‘trocar a roda do carro com o carro andando’.”
O que não te contaram sobre a MP dos “super-ricos”
A MP dos fundos exclusivos não estabelece novas regras somente para os “super-ricos”. Algumas delas se aplicam igualmente a Fundos de Investimento em Participações (FIP), Fundos de Investimento em Ações (FIA) e Fundos de Investimento em Índice de Mercado (ETF).
O analista Alexandre Alvarenga não acredita na taxação para os ETFs de renda fixa, mas alerta que os fundos de previdência privada são uma ótima alternativa para quem busca fugir da taxação e devem capturar o valor deixado pelos fundos exclusivos.
Um deles é Ibiuna Credit Prev. Veja a entrevista completa e saiba quais são os outros 2 fundos recomendados pelo analista.
Medida Provisória pega empresas de surpresa e pode afetar acionistas em 2024
Medida provisória divulgada ontem (31) pelo Diário Oficial da União assustou as empresas do segmento de atacado e indústria de consumo.
Se aprovada pelo congresso, as novas regras referentes a incentivos fiscais de ICMS impactarão diretamente o lucro líquido das empresas já em 2024 e, consequentemente, os proventos destinados aos acionistas.
A MP afeta principalmente os setores de serviços e bens industriais. “Uma empresa que já tem a margem apertada e tem uma parte muito grande do lucro dela vindo de benefício fiscal, a situação é um pouco mais crítica […] Agora empresas que, por outro lado, tem gordura para queimar, que tem já ações muito mais rentáveis, trabalham com público de alta renda e tem poder de precificação, me preocupa menos”, revela Larissa Quaresma, que também falou sobre o fim dos juros sobre capital próprio (JCP) e taxação de dividendos em entrevista ao Giro do Mercado.
Assista ao vídeo e entenda como as novas regras podem impactar os seus investimentos.
Até semana que vem.