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Via (VIIA3) não converte espaço conquistado da AMER3 em bons números no 1T23

05 maio 2023, 13:28 - atualizado em 05 maio 2023, 13:28
Megaloja Casas Bahia, Via
Via (VIIA3) teve 1T23 fraco, dizem analistas (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

Mesmo com uma fatia de mercado de 13,8% — a maior desde 2021 — em meio à derrocada da Americanas (AMER3), a Via (VIIA3) não entregou bons números no primeiro trimestre de 2023 (1T23), disseram analistas.

Os resultados da dona das Casas Bahia no período foram “fracos e abaixo do esperado”, avaliaram. A Guide Investimentos disse que a empresa ficou ainda atrás em participação de mercado de Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3).

A Via apresentou prejuízo líquido de R$ 297 milhões nos três primeiros meses deste ano, ante lucro de R$ 18 milhões em etapa igual no ano passado.

Analistas da Genial pontuaram que a Selic a 13,75% ao ano ajudou no resultado final.

Eles disseram ainda ver um cenário desafiador no digital para o mix de produtos 1P (venda vende de produto para plataforma de marketplace), que segue em desaceleração.

As ações da companhia chegaram a cair mais de 5% e entrar em leilão no pregão desta sexta-feira (5), mas por volta das 12h40 recuavam 2,66%, a R$ 1,83.

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O que teve de bom na Via

A Genial ressaltou que, apesar do financeiro fraco, o operacional da companhia está “redondo”. Para a corretora, a empresa tem feito um “ótimo trabalho para amarrar as pontas e aumentar rentabilidade dentro de casa”.

O volume bruto de mercadoria (GMV) de lojas físicas da Via no primeiro trimestre de 2023 continuou a crescer mais de dois dígitos.

A varejista ganhou penetração na receita bruta e, consequentemente, trouxe maior rentabilidade para o grupo, destacou a Genial.

Além disso, o GMV em 3P (varejista faz todo o processo de venda e entrega) apresenta uma forte inclinação, com recuperação de volume em meio à crise na Americanas. “Essa linha contribuiu fortemente na margem bruta nesse trimestre”, afirmaram os analistas da Genial

O GMV total da companhia atingiu R$ 10,9 bilhões no período, registrando alta de 2,6%.

Analista apontaram também um mix mais favorável a rentabilidade, com um lucro bruto de R$ 2,36 bilhões (+3,7%) e uma margem bruta de 32,1%, alta de 1,3 ponto percentual.

A varejista viu aumento nas despesas fixas, dado o ramp-up de lojas abertas nos últimos 12 meses, mas o carrego positivo da margem bruta, de 32,1%, “mais do que neutralizou as despesas”.

Com isso, a Via reportou um Ebitda ajustado de R$ 675 milhões (+0,3%) e uma margem operacional de 9,2% (ganho de 1 ponto percentual).