Via (VIIA3) é compra para Safra, que vê ação disparar 86%
O mau humor do mercado com os papéis da Via (VIIA3) não foi suficiente para alterar a recomendação do Safra.
Em relatório enviado nos últimos dias, o banco reafirmou compra para a ação, apesar de ter rebaixado o preço-alvo de R$ 3 para R$ 2,2.
Mesmo assim, o valor embute potencial de disparada de 86%, considerando o preço da sessão desta terça-feira. Por volta das 16h26, a Via despencava 7,14%, a R$ 1,17, em meio ao anúncio de oferta de ações que promete injetar R$ 981,1 milhões.
Para os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Gabriela Ferrante, que assinam o documento, o plano de reestruturação, apresentado no mês passado junto com o balanço, é ousado (e muito necessário) para planejar a recuperação dos resultados da empresa com base em alavancas operacionais e mais disciplina em sua estrutura de capital.
- Quer lucrar com dividendos? Veja o Top 5 de ações selecionadas pela Empiricus Research para buscar proventos em setembro, é só clicar aqui. Fique ligado em todas as lives: inscreva-se no canal do Money Times!
Dentre os pontos, o trio destaca:
- a queda de 5% na receita líquida em 2024 e 2025 relacionada ao plano de fechamento das lojas e migração de SKU (stock keeping unit, ou unidade de manutenção de estoque) de 1P (unidades próprias) para 3P (marketplace);
- aumento de 15% no Ebitda em 2024 e 2025, devido à poupança a nível de loja e corporativo, que suporta o aumento do lucro por ação (+330% em 2024 e +22% em 2025).
De acordo com as estimativas dos analistas, o impacto líquido do plano no Ebitda é equivalente a R$ 436 milhões, ou 70% do guidance (projeções) fornecido pelo empresa.
“Na frente de capital de giro, há a redução líquida de R$ 795 milhões em estoques, ou 86% da orientação da administração”, colocam.
Ainda segundo o Safra, o novo plano compensa o impacto negativo da antecipação de recebíveis no capital
da estrutura.
O banco calcula um múltiplo EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 4,0x, atingindo uma TIR (taxa interna de retorno) de três anos de 51% para VIIA.
Além disso, no preço-alvo, os analistas veem a VIIA sendo negociado a um múltiplo EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional) implícito de 6x, abaixo de sua média histórica de dois anos de 10x e comparado ao múltiplo atual de 7x.