Comprar ou vender?

Via (VIIA3) é compra para Safra, que vê ação disparar 86%

05 set 2023, 16:41 - atualizado em 05 set 2023, 17:10
Megaloja Casas Bahia, Via
De acordo com as estimativas dos analistas, o impacto líquido da plano de Ebitda é equivalente a R$ 436 milhões (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

O mau humor do mercado com os papéis da Via (VIIA3) não foi suficiente para alterar a recomendação do Safra.

Em relatório enviado nos últimos dias, o banco reafirmou compra para a ação, apesar de ter rebaixado o preço-alvo de R$ 3 para R$ 2,2.

Mesmo assim, o valor embute potencial de disparada de 86%, considerando o preço da sessão desta terça-feira. Por volta das 16h26, a Via despencava 7,14%, a R$ 1,17, em meio ao anúncio de oferta de ações que promete injetar R$ 981,1 milhões.

Para os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Gabriela Ferrante, que assinam o documento, o plano de reestruturação, apresentado no mês passado junto com o balanço, é ousado (e muito necessário) para planejar a recuperação dos resultados da empresa com base em alavancas operacionais e mais disciplina em sua estrutura de capital.

Dentre os pontos, o trio destaca:

  • a queda de 5% na receita líquida em 2024 e 2025 relacionada ao plano de fechamento das lojas e migração de SKU (stock keeping unit, ou unidade de manutenção de estoque) de 1P (unidades próprias) para 3P (marketplace);
  • aumento de 15% no Ebitda em 2024 e 2025, devido à poupança a nível de loja e corporativo, que suporta o aumento do lucro por ação (+330% em 2024 e +22% em 2025).

De acordo com as estimativas dos analistas, o impacto líquido do plano no Ebitda é equivalente a R$ 436 milhões, ou 70% do guidance (projeções) fornecido pelo empresa.

“Na frente de capital de giro, há a redução líquida de R$ 795 milhões em estoques, ou 86% da orientação da administração”, colocam.

Ainda segundo o Safra, o novo plano compensa o impacto negativo da antecipação de recebíveis no capital
da estrutura.

O banco calcula um múltiplo EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 4,0x, atingindo uma TIR (taxa interna de retorno) de três anos de 51% para VIIA.

Além disso, no preço-alvo, os analistas veem a VIIA sendo negociado a um múltiplo EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional) implícito de 6x, abaixo de sua média histórica de dois anos de 10x e comparado ao múltiplo atual de 7x.

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