Via Varejo vai brilhar na pandemia e merece valer 62% mais, diz BTG Pactual
A Via Varejo (VVAR3) deixou o BTG Pactual (BPAC11) bem impressionado com os números do primeiro trimestre e, sobretudo, com sua arrancada no varejo online, que compensou parte das perdas geradas pelo fechamento das lojas físicas, por determinação das medidas de isolamento social para combater a pandemia de coronavírus.
Luiz Guanais e Gabriel Savi, que assinam o relatório do banco, afirmam que a entrada da companhia no varejo digital ainda é um “trabalho em progresso”, mas acrescentam que “o grande crescimento no tráfego nos últimos meses (um dos pilares para qualquer plataforma de e-commerce), apoiado pela rápida migração dos consumidores do offline para o online, e a expansão da demanda para produtos mais discricionários parecem promissores.”
Embora o relatório de resultados foque o primeiro trimestre, a Via Varejo, assim como outras empresas, antecipou um pouco do que sentiram em abril, quando o fechamento de lojas e o isolamento social foi mais intenso no Brasil.
O número de usuários ativos nos aplicativos de suas redes Casas Bahia e Ponto Frio subiram de 8 milhões, em março, para 11,2 milhões no mês passado.
Televendas moderno
A ferramenta de vendas via WhatsApp está disponível para 7 mil funcionários e já responde por 20% das vendas online. O banco de dados com as informações de 87 milhões de clientes também vem apoiando estratégias de precificação de produtos, marketing e logística.
A única ressalva do BTG Pactual é o caixa da companhia, considerado um tanto justo para enfrentar a pandemia. O índice de liquidez varia de 0,6 vezes caixa sobre compromissos de curto prazo, a 1 vez (com ajustes para otimizar o desempenho online e offline), e 4,5 vezes, juntando recebíveis ainda não descontados.
“A liquidez não é tão confortável, quanto a de seus pares (principalmente, considerando-se as dívidas de curto prazo), mas deve estar sob controle para navegar pelo atual cenário”, afirmam os analistas.
O BTG Pactual decidiu elevar a recomendação para as ações da Via Varejo para compra, baseado na “perspectiva brilhante de curto prazo”.
O preço-alvo também subiu de R$ 8 para R$ 13 – um incremento de 62%. Com isso, o preço-alvo embute um potencial de alta de 42% sobre a cotação tomada como referência pelo banco.