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Via Varejo: reajuste no balanço por fraudes não altera fundamentos da companhia, dizem analistas

13 dez 2019, 10:49 - atualizado em 13 dez 2019, 12:35
A Via Varejo estima que o impacto negativo das correções seja de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A notícia de que a Via Varejo (VVAR3) fará ajustes no balanço do quarto trimestre devido a fraudes identificadas pela auditoria interna em novembro não altera os fundamentos da companhia para os próximos anos, disse a XP Investimentos.

Segundo Pedro Fagundes, analista de Varejo da corretora, a investigação está relacionada a práticas da antiga gestão da companhia e faz parte da fase de ajuste pela qual ela está passando.

Às 12h03 desta sexta-feira (13), as ações da empresa subiam 1,8% a R$ 10,80.

A Via Varejo estima que o impacto negativo das correções seja de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. A XP, no entanto, afirmou que o montante é, na verdade, de cerca de R$ 900 milhões, a ser desembolsado no intervalo de três e quatro anos.

“Ressaltamos que o valor desconsidera os ganhos de R$ 600 milhões relacionados a créditos fiscais, atualmente em avaliação (a maior parte já transitado em julgado), bem como eventuais benefícios provenientes de recuperação de impostos (estimados em cerca de R$ 270 milhões). O efeito combinado de ambos tem o potencial de anular quase a totalidade do efeito negativo no caixa”, explicou a corretora.

Felipe Paletta, especialista em ações da Inversa Publicações, adotou uma visão semelhante:

“O fato de os impactos na manipulação de despesas relacionadas a provisões trabalhistas e ao diferimento de algumas linhas de ativos e passivos serem contrabalanceados por créditos fiscais e tributários não lançados amenizam bastante os seus reflexos”, avaliou.

“Apesar de as notícias não serem nada positivas, a resultante é a maior transparência da companhia”, afirmou Felipe Paletta, especialista da Inversa (Imagem: Divulgação)

Embora haja dúvidas sobre quem vai pagar as contas, Paletta disse que a tese não se modifica.

“É preciso lembrar que, mesmo não estando em posição de controle, Michael Klein foi conselheiro da companhia sob a gestão do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4)”, ressaltou o especialista. “Apesar de as notícias não serem nada positivas, a resultante é a maior transparência da companhia”.

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Volatilidade

O argumento de que a ação deveria ter desempenho negativo além dos 9% é justo, de acordo com a XP.

Ainda assim, a corretora reiterou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 12.

Paralelamente, a Mirae Asset levanta a questão das vendas de fim de ano:

“A grande dúvida é saber como serão as vendas de Natal da empresa e se as vendas online novamente atenderão a demanda para que os resultados e as margens aumentem nos próximos trimestres”, destacou.

A recomendação dos analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi é neutra, com preço Justo de R$ 9,08 por papel.