Veto de Trump para empresas chinesas impacta Wall Street
Dois meses depois de Donald Trump decretar uma ordem executiva para proibir investimentos dos EUA em empresas vinculadas a militares chineses – e mais de um dia depois de entrar em vigor -, o setor financeiro ainda tenta entender o que pode ou não fazer sob as novas regras.
A falta de clareza levou algumas empresas de Wall Street a pecar por excesso de cautela, o que significa que a proibição poderia ter um impacto mais amplo no mercado do que o inicialmente previsto. Dois gestores de fundos de renda fixa na Ásia disseram que está cada vez mais difícil vender títulos de empresas afetadas, porque muitos corretores deixaram de negociar as empresas. Os gestores pediram para não serem identificados.
Entre as questões que ainda pairam sobre as maiores corretoras de valores dos Estados Unidos é se a ordem de Trump as obriga a suspender a condução de investimentos em empresas com restrições para todos os clientes ou apenas nos Estados Unidos. Algumas empresas decidiram que deveriam implementar a proibição globalmente, enquanto outras acreditam que podem continuar para negociar para clientes não americanos, disseram pessoas a par do assunto. Os corretores também chegaram a conclusões divergentes sobre se continuarão a receber ordens de venda.
Vários corretores disseram que suas interpretações das regras estão sujeitas a mudanças.
Mesmo os que planejam continuar negociando empresas proibidas para investidores não americanos acham difícil em alguns casos identificar quem está isento da proibição. Por exemplo, alguns corretores não têm certeza se podem negociar para fundos mútuos com sede na Ásia que administram recursos em nome de investidores americanos. Frequentemente, os corretores nem sabem se os fundos atendem a clientes americanos.
O resultado é que a proibição de Trump provavelmente acabará restringindo muitos investidores não americanos, o que aumenta potencialmente a pressão de venda das ações, títulos e derivativos afetados e reduz sua liquidez. Ações da China Mobile, China Telecom e China Unicom Hong Kong já oscilaram muito na última semana, pois investidores analisam as mudanças e, às vezes, orientações conflitantes de reguladores, compiladores de índices e da Bolsa de Valores de Nova York.