Veterano em reestruturação de dívidas vê oportunidades no Chile

César Barros, consultor financeiro que coordenou várias reestruturações de dívida conhecidas no Chile, como a da varejista Empresas La Polar, fechou uma parceria com a consultoria TValora para assessorar empresas distressed diante da expectativa de aumento de recuperações judiciais no país.

Barros, cujos sócios na TValora trabalharam com ele durante a reestruturação da La Polar em 2011, como Juan Enrique Allard e Carlos Barrios, disse em entrevista que o empreendimento foi concebido recentemente e que o plano seria “mutar” para um banco de investimento.

As medidas de isolamento devido à pandemia de coronavírus e a crise econômica resultante já causaram estragos nas empresas do Chile, com vários pedidos de recuperação judicial de dívidas de alto perfil.

A operadora de cassinos Enjoy pediu recuperação judicial em abril, enquanto a Latam Airlines seguiu os mesmos passos em Nova York no mês passado. Outras empresas são negociadas em níveis distressed no mercado de títulos com queima de caixa em meio a paralisações generalizadas para conter a propagação do vírus.

Nesta semana, o banco central informou que a atividade econômica de abril teve queda de 14% em relação ao ano anterior, a maior baixa em pelo menos quatro décadas.

“Teremos uma recessão como não víamos há muito tempo”, disse Barros. “Quando chove, todo mundo se molha, não importa o que o governo faça.”

Como presidente do conselho da La Polar, Barros, de 70 anos, liderou a reestruturação de cerca de US$ 1 bilhão em dívidas depois que a administração anterior da empresa divulgou que havia inflado os lucros.

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Barros espera mais pedidos de recuperação judicial, mas não forneceu uma estimativa. Seu telefone não para de tocar com empresas em busca de assessoramento, disse. Algumas dessas ligações são de fundos de investimento estrangeiros que detêm títulos ou ações locais da Latam Airlines, disse Barros, sem dar nomes.

O que está claro é que a Latam Airlines ressurgirá de seus problemas atuais como “uma companhia aérea muito menor, mais enxuta e mais eficiente”, disse Barros.