O pessimismo da Verde com bolsa não visto desde ano do impeachment de Dilma Rousseff
A corretora Verde Asset Management reduziu bruscamente sua participação na bolsa, tendo sua menor exposição desde 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, enquanto o país mergulhou em uma grave crise política e econômica.
Apesar do desempenho positivo do Ibovespa, que subiu 6,54% em agosto, a corretora afirmou não acreditar que isso supere “fundamentos importantes”.
De acordo com a Verde, uma das razões da movimentação de venda de suas posições de ações é o ciclo de alta de juros prestes a se iniciar pelo Banco Central.
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Além disso, a corretora afirmou que o desenvolvimento recente das decisões de política fiscal no governo Lula exemplificam um fenômeno que chamam de “Lei de Goodhart“.
“Quando uma medida se torna um alvo, ela deixa de ser uma boa medida”, explicou. “A meta de resultado primário tem que ser atingida custe o que custar, e dessa busca nascem todo tipo de subterfúgios e criatividade”.
A Verde também ressalta que os gastos inesperados, como os relacionados ao desastre do Rio Grande do Sul, são excluídos do computo de despesas. Dessa forma, a corretora acredita que o Brasil está de volta na “era da política pública feita fora do Orçamento”.
“A ação do governo tornou a métrica de déficit fiscal primário uma variável pouco relevante para os mercados”, ressaltou. “A preocupação crescente com o nível e a trajetória da dívida pública brasileira nos parece a consequência inevitável”.
A corretora destaca que o fundo está liquidamente zerado em bolsa brasileira, mantendo apenas a exposição global. De acordo com a Verde, eles mantém uma posição relativa entre a inflação americana e a europeia.