Verão: como fica a previsão do tempo nas principais regiões do Brasil?
No último domingo, por volta de 6h20, o verão começou no Hemisfério Sul, se estendendo até 20 de março de 2025, às 06h02. O período.
O período marcado pela elevação da temperatura em todo país em função da posição relativa da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos que as noites e com mudanças rápidas nas condições de tempo, favorecendo a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.
Durante o verão, as chuvas são frequentes em todo o país, com volumes acima de 400mm. Os menores volumes de chuva são registrados no extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste, onde geralmente os totais de chuvas são inferiores a 400 mm.
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O clima no verão e a chegada do La Niña
Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.
Em média, os maiores volumes de precipitação podem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 mm.
O verão conta com uma importância ímpar para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia, por meio das
hidrelétricas, e para a reposição hídrica e manutenção dos reservatórios de abastecimento de água em níveis satisfatórios.
De acordo com modelo de previsão do ENOS do APEC Climate Center (APCC), centro de pesquisa sediado na Coréia do Sul, aponta para uma probabilidade de 60% de que as condições de La Niña se desenvolvam durante o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2025.
Já no trimestre fevereiro-março-abril/2025, a probabilidade diminui para 40% para a atuação de condições de La Niña, indicando, até o momento, a tendência de um fenômeno de curta duração.
O fenômeno climático, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Oceano Pacífico na faixa equatorial, tem como característica reduzir a ocorrência de ondas de calor. O La Niña geralmente traz risco de estiagem no Sul do Brasil, Argentina e Uruguai durante o verão, assim como o risco para uma geada tardia.
Como fica o clima em cada região do Brasil?
Norte
A previsão climática, realizada pelo INMET/INPE/FUNCEME para os meses de janeiro a março/2025, indica condições favoráveis para o predomínio de chuvas abaixo da média climatológica (média histórica) no sudeste do Pará e centro-oeste de Rondônia.
Nos estados do Acre, Roraima, Amapá, Pará, Amazonas e sul de Rondônia, a tendência é de condições favoráveis para chuvas próximas ou acima da média durante o trimestre.
A temperatura média do ar deverá prevalecer acima da média climatológica em praticamente toda a região, com valores podendo ultrapassar em 0,5ºC ou mais a média histórica do período.
Nordeste
A previsão climática indica condições favoráveis de chuvas abaixo da climatologia, principalmente no centro-leste da Região Nordeste, durante os meses de janeiro a março/2025.
Vale notar que a análise de outros modelos consultados indica que a porção noroeste da Região Nordeste poderá ser favorecida com chuvas acima da climatologia.
São previstos valores de temperatura do ar acima da média histórica em toda a região nos próximos meses, principalmente no Maranhão, Piauí, oeste da Paraíba, de Pernambuco e grande parte da Bahia. Nessas localidades as temperaturas podem ficar mais de 1°C acima da climatologia
Centro-Oeste
A tendência para o verão é de chuvas próximas ou abaixo da média histórica em praticamente toda região, exceto no oeste do Mato Grosso, onde são previstos totais de chuvas próximas ou ligeiramente acima da climatologia do trimestre.
Quanto às temperaturas, a previsão indica predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses
Sudeste
Para a Região Sudeste, a previsão para os próximos três meses é de condições favoráveis a chuvas ligeiramente abaixo da climatologia em toda a região.
Porém, tratando-se do período historicamente chuvoso dessa região, não se descarta a ocorrência de chuvas expressivas, por exemplo durante a ocorrência de episódios de Zona de Convergência do Atlântico Sul. Para a temperatura, as previsões indicam valores acima da média.
Sul
A previsão indica condições favoráveis para a ocorrência de chuva abaixo da média em toda Região, com exceção do leste do Paraná e nordeste de Santa Catarina, onde os totais podendo atingir valores próximos da climatologia.
Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão.
Possíveis impactos das chuvas no início da safra 2024/2025
Com as atuais condições oceânicas e atmosféricas, as previsões dos modelos climáticos, e a possível formação do fenômeno La Niña surge a questão sobre qual será o impacto deste evento na safra de verão 2024/25.
Além disso, é importante destacar que o clima no Brasil não é apenas influenciado pela atuação do La Niña, existindo outros fatores que devem ser considerados e que também interferem nas condições de tempo e clima, fazendo com que a previsão climática nas regiões produtoras seja avaliada com atenção.
No Matopiba, região que engloba áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, as chuvas nos primeiros meses foram espacialmente mal distribuídas, apresentando volumes mais expressivos no Tocantins e no Oeste Baiano, enquanto em grande parte do Maranhão e do Piauí as chuvas foram mais irregulares, resultando em volumes bem menos expressivos nos meses de outubro e novembro e na primeira quinzena de dezembro.
As atuais previsões indicam que essa irregularidade na distribuição das chuvas, com predomínio de áreas com tendência de acumulados
abaixo da média deve persistir na maior parte do tempo durante o verão.
No Brasil central, o retorno das chuvas ocorreu de forma mais concentrada na Região Sudeste no mês de outubro e se expandiu para o Região Centro-Oeste em novembro e primeira quinzena do mês de dezembro/2024, o que contribuiu para elevação dos níveis de água no solo.
Este cenário tem sido importante para a retomada do plantio e desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto no norte de Minas Gerais, onde os níveis de água no solo estão mais baixos.
Mesmo com chuvas previstas mais irregulares em grande parte das regiões Sudeste e CentroOeste para os próximos meses, o volume deverá ser suficiente para manter os níveis de água no solo, favorecendo as culturas que se encontrarem em estágios fenológicos de maior necessidade hídrica.
Os volumes de chuva previstos para a região Sul indicam que pode haver redução nos níveis de água no solo em algumas áreas durante o verão. Essa condição poderá ser potencializada com o possível estabelecimento do fenômeno La Niña, que historicamente tende a reduzir os volumes das chuvas da Região Sul.
*Com informações do INMET