Economia

Vendas do varejo no Brasil têm leve alta em novembro com Black Friday mas seguem a passos lentos

17 jan 2024, 9:50 - atualizado em 17 jan 2024, 9:50
varejo
As vendas no varejo tiveram em novembro alta de 0,1% na comparação com o mês anterior, depois de recuo de 0,3% em outubro. (Imagem: Canva Pro)

O varejo no Brasil voltou a crescer em novembro com ajuda da Black Friday, mas as vendas seguiram a passos lentos e caminham para terminar o ano sem dinamismo.

As vendas varejistas tiveram em novembro alta de 0,1% na comparação com o mês anterior, depois de recuo de 0,3% em outubro, ficando em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas apresentaram avanço de 2,2%, contra expectativa de alta de 2,1%.

Com isso, o setor está 1,9% abaixo do recorde da série, de novembro de 2020, e 4,5% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

As vendas mensais no varejo brasileiro mantiveram-se perto da estabilidade na maior parte de 2023, ora mostrando resiliência com um mercado de trabalho aquecido, ora sofrendo os efeitos dos juros elevados, que afetam o crédito.

“O comércio tem uma trajetória de crescimento em 2023, mas sem avanços significativos mês a mês. O setor apresentou uma volatilidade muito baixa com resultados muito próximos de zero”, destacou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O Banco Central já reduziu a taxa básica de juros em 2 pontos percentuais, para o nível atual de 11,75%, e a expectativa é de novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião ao final deste mês.

Entre as oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultados positivos em novembro. Os principais impactos foram exercidos por Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), Móveis e eletrodomésticos (4,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,0%), resultados favorecidos pelas vendas da Black Friday no final de novembro.

“Além da Black Friday, o fator que mais contribuiu para o desempenho de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, foi a depreciação do dólar, ajudando as vendas dos produtos de informática”, explicou Santos.

As outras atividades que tiveram aumento das vendas foram Combustíveis e lubrificantes (1,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).

Santos lembra que Hiper e Supermercados exerce peso de 50% no indicador, mas teve apenas leve crescimento em novembro depois de cair 1,1% em outubro.

“Com o aumento no rendimento real e na ocupação, algumas pessoas podem estar direcionando seu dinheiro para o pagamento de dívidas e evitando o consumo”, disse o gerente da pesquisa.

Por outro lado, registraram perdas as vendas de Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).

O comércio varejista ampliado registrou aumento de 1,3% nas vendas em novembro sobre o mês anterior, com altas de 4,0% em Veículos e motos, partes e peças e de 0,4% em Material de construção.

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