Vendas no varejo dos EUA recuam 0,6% em novembro, acima do esperado
As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram mais do que o esperado em novembro, provavelmente num ajuste após salto do mês anterior, enquanto o mercado de trabalho continuou apertado, com o número de pedidos de auxílio-desemprego caindo na semana passada.
O Departamento de Comércio disse nesta quinta-feira que as vendas no varejo dos EUA caíram 0,6% no mês passado. Os dados de outubro não foram revisados e mostram que as vendas saltaram 1,3%. Economistas consultados pela Reuters previam queda de 0,1% nas vendas em novembro.
As vendas no varejo são principalmente compostas por bens e não são corrigidas pela inflação. A queda nas vendas do mês passado sugere que as compras de fim de ano foram antecipadas para outubro. A escassez de veículos motorizados também deprimiu as vendas nas concessionárias de automóveis.
Os efeitos de reembolsos de impostos na Califórnia, com os quais algumas famílias receberam até 1.050 dólares em cheques de estímulo em outubro, e do segundo Prime Day da Amazon desapareceram no mês passado.
Outros fatores que prejudicaram as vendas incluíram a rotação nos gastos de volta aos serviços e descontos por varejistas ansiosos para atrair consumidores sem dinheiro e esvaziar os estoques.
A inflação alta e o aumento da taxa de juros estão pressionando os orçamentos das famílias, embora os gastos do consumidor tenham permanecido resilientes, graças a um forte mercado de trabalho. Os consumidores também têm utilizado suas poupanças para financiar as compras. A taxa de poupança foi de 2,3% em outubro, a menor desde julho de 2005.
O Federal Reserve elevou na quarta-feira sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual e projetou pelo menos 0,75 ponto adicional de aumento nos custos de empréstimos até o final de 2023.
A taxa foi aumentada em 4,25 pontos percentuais este ano, de quase zero para uma faixa de 4,25% a 4,50%, patamar mais alto desde o final de 2007.
Os gastos do consumidor continuam sendo sustentados pelo aperto do mercado de trabalho, que mantém os salários elevados.
Um relatório separado do Departamento do Trabalho desta quinta-feira mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego diminuíram em 20 mil, para 211 mil em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 10 de dezembro. Economistas previam 230 mil pedidos para a última semana.
As solicitações tendem a ser voláteis no início da temporada de festas, pois as empresas fecham temporariamente ou retardam as contratações.
(Atualizada às 11:38)