Vendas de milho à China se não morreram, hibernaram, o que dá quase no mesmo ao modo chinês
Para aqueles que acreditaram, as tão esperadas exportações de milho para a China já em 2022 saíram absolutamente de cena.
Para 2023, se não morreram, vão hibernar até que os chineses decidam alguma coisa, que no ritmo de Pequim equivale a quase uma morte até que resolvam ressuscitar a pauta.
Já não se houve mais o governo divulgar que as negociações avançam, como o fez no começo de agosto com uma expectativa que contrariava os fatos.
Marlos Correa, da InSoy Commodities, lembra que a demanda chinesa não acompanha os ritmos antigos, ditados até a pré-crise da peste suína africana, que abateu o plantel de suínos. Até o momento a recuperação está longe do ponto desejável, daí que as margens de transformação em ração estão baixas.
Além do mais, o governo brasileiro divulgou que o milho nacional já estaria dentro das exigências sanitárias dos chineses, mas sempre é algo que a China manobra a seu critério, como ocorreu ao final de 2021 quando as exportações do Brasil de carne bovina foram barradas a despeito de as investigações sobre os casos de vaca louca darem negativo para risco aos humanos.
A seca do verão no país, que derrubou a produção, já é coisa do passado.
Por outro lado, a economia chinesa está em compasso de desaceleração, com o PIB apontando para ‘apenas’ mais 3% em 2022.
A China gostaria e precisa do milho brasileiro, o único entre os players globais que não entra um só grão naquele mercado.
Tira o peso da participação dos Estados Unidos e da problemática Ucrânia – fornecedor importante que dificilmente voltará ao ápice das suas entregas normais, isso se a Rússia não voltar a fechar o corredor de exportação à medida em os ucranianos endurecem a guerra.
E alimenta a expectativa de enfraquecimento das cotações em Chicago, embora isso não seja uma garantia, a exemplo do que acontece com a soja: sempre que a China vem forte ao mercado, os preços avançam.
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