Vendas de soja do Brasil seguem abaixo da média à espera de avanço no preço, diz Datagro
As vendas antecipadas de soja do Brasil alcançaram até o dia 7 de outubro 17,4% da produção esperada para 2022/23, avanço de 1,2 ponto percentual em relação ao mês anterior, disse nesta segunda-feira a consultoria Datagro, com agricultores cautelosos e na expectativa por preços melhores.
O fluxo de negociações está abaixo dos 25,5% vistos em igual momento do ano passado, dos 50% registrados no recorde de 2020 e dos 29% da média plurianual, acrescentou a consultoria.
Os produtores estão em fase de plantio da safra 2022/23, com perspectivas de uma máxima histórica para a colheita.
Na mesma linha, a comercialização da soja 2021/22, que já foi colhida, atingiu 87,7% até o dia 7 de outubro, abaixo dos 90,8% no mesmo período do ano passado e também da média de 91,4% dos últimos cinco anos.
Na variação mensal, o avanço foi de 3,5 pontos.
“Os preços médios internos tiveram leve queda em setembro, mantendo os produtores na defensiva para realizarem novos negócios, que foram mais relacionados à necessidade de fazer caixa para o início do plantio”, disse em nota o líder de pesquisa da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Junior.
“Os sojicultores seguem no aguardo de que os preços possam subir um pouco mais com a intensificação da entressafra, o que ainda é uma possibilidade, embora com chances que vão diminuindo por conta da redução na margem de esmagamento pelas indústrias”, acrescentou ele.
Mato Grosso
No principal Estado produtor de soja, Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou nesta segunda-feira que a comercialização do grão atingiu 28,75% da produção esperada para a safra 2022/23, avanço de 2,08 pontos percentuais na variação mensal, mas abaixo do volume negociado em anos anteriores.
No mesmo período do ciclo anterior, as vendas antecipadas estavam em 40,4%, enquanto a média histórica para esta época é de 38,41%, conforme os dados.
No milho, o cenário é semelhante. As vendas do cereal de 2022/23, que será cultivado somente no ano que vem, ficaram em 16,50% da produção esperada, aumento de 2,18 pontos no último mês.
Em igual momento da temporada passada, a comercialização estava em 32,8%, em linha com a média histórica de 32,86%.
Até mesmo o milho de 2021/22, que foi colhido neste ano, está com as vendas atrasadas, de acordo com o instituto ligado aos produtores.
A comercialização chegou a 78,48% da produção, contra 89,21% um ano antes e média de 89,59% para os útimos cinco anos.
Na variação mensal, a vendas do cereal 2021/22 de Mato Grosso andaram 4,82 pontos.