Economia

Vendas de participações pelo BNDES deverão ter aval prévio do conselho, diz executivo

31 out 2019, 15:17 - atualizado em 31 out 2019, 15:17
BNDES
A disputa provocou a queda de uma executiva da área jurídica do BNDES que não concordava com a condução do processo sugerida por Laloni (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pretende enxugar a sua carteira de participações em empresas nos próximos três anos e as operações acima de um bilhão de reais terão de passar pelo crivo do conselho, disse a Reuters o presidente do colegiado, Carlos Thadeu de Freitas.

A carteira da BNDESpar, braço de participações do banco de fomento, totaliza mais de 100 bilhões de reais. Participações que mais maduras e que não façam mais sentido serão vendidas.

Investimentos do BNDES com valores individuais acima de um bilhão de reais incluem participações em empresas como Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3).

“A decisão de venda de uma posição era da diretoria e o conselho era apenas comunicado. Isso agora vai mudar”, disse Freitas à Reuters.

A mudança surge após uma disputa interna entre o ex-diretor de mercado de capitais André Laloni e técnicos do BNDES sobre a forma de venda de ações do BB detidas pela União.

A disputa provocou a queda de uma executiva da área jurídica do BNDES que não concordava com a condução do processo sugerida por Laloni. Houve críticas de funcionários que culminaram também na saída de Laloni do banco.

“Essa proposta de aperfeiçoamento da governança veio de superintendentes e a diretoria e o conselho aceitaram”, Freitas.

Segundo o executivo, a próxima etapa é a criação de regras e critérios de que como serão feitas essas operações.

As vendas poderão ser feitas via mesa de operações ou por oferta pública global. Para oferta pública ainda haverá regras para escolher a forma e os bancos que vão atuar na operação.

O movimento acontece também em paralelo ao encolhimento das atividade de empréstimos do banco. De janeiro a setembro, o BNDES emprestou 38 bilhões de reais, queda de 14% ante igual etapa de 2018. As estimativas para o ano são de um volume de 55 bilhões a 60 bilhões de reais, um dos menores dos últimos anos.

O banco se comprometeu a devolver ao Tesouro em 2019 mais de 120 bilhões de reais referentes a empréstimos tomados na última década. O banco também deve aprovar alterações estatuto para antecipar em 2019 quase 10 bilhões de reais em dividendos.

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