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Vendas de carnes à Rússia podem piorar e consultor alerta para dificuldades em seguir desviando mercado

18 abr 2022, 12:53 - atualizado em 18 abr 2022, 13:27
Carnes
Exportações menores de carnes à Rússia podem se agravar em abril (Imagem: REUTERS/Phil Noble)

As exportações brasileiras de carnes para a Rússia sentiram as dificuldades para o comércio criadas pelas potências ocidentais após a invasão da Ucrânia e tentam se acomodar desviando produtos para outros destinos.

Ainda houve um fluxo de proteína de boi, suínos e frangos àquele mercado em março, porém em queda livre sobre janeiro e fevereiro. Só em carne de porco, o recuo sobre fevereiro atingiu 2,575 mil toneladas.

Como as sanções ao fluxo de recursos de e para lá vieram nos primeiros dias de março, e a exclusão do sistema Swift deu-se um pouco mais para o meio do mês, fica a expectativa de que o mês ‘cheio’ de abril mostre um cenário piorado, detecta o consultor em comércio exterior, Michel Alaby.

O avanço dessa situação tem potencial para gerar dificuldades também no deslocamento para outros mercados, ainda que a Rússia esteja longe do potencial comprador exibido no passado.

“Tendem [outros importadores] a pressionarem por preços menores”, avalia Alaby, conhecedor desse mecanismo após vivenciar cenários parecidos em muitos anos de atuação no trade com os países árabes enquanto secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).

Ainda também se considera as dificuldades logísticas, com muitas linhas de navios excluindo os portos russos.

Enquanto Money Times aguarda informações solicitadas aos principais players nacionais, os dados compilados pelas entidades setoriais, a partir das informações da Secex, mostram que os frigoríficos estão tendo que acomodar muita mercadoria para outras mesas, correndo o risco de que essa oferta excedente pressione preços.

Em suínos, fevereiro contou com 4,134 mil/t, caindo para 1,559 no mês anterior, enquanto em carne de aves o tombo foi de 5,539 mil/t para 2,218, de acordo com informações recuperadas pela ABPA.

Em relação à carne bovina, a Rússia vinha se apresentando fortemente em janeiro e fevereiro, tanto que mesmo com a redução de março as vendas aumentam 105% no trimestre (mais de 10 mil/t), em levantamento da Abrafrigo e Abiec. Contra fevereiro, de 3,533 mil/t, o volume desceu a 2,094.

O diretor da Alaby & Associados lembra que haveria uma chance de driblar as sanções, negociando com os russos os pagamentos via países que não participam das restrições, como China e Índia, mas o risco de calote, bem como a possibilidade de as empresas entrarem no index da Europa e Estados Unidos, não valem a pena.

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